sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O Azulão do Nordeste chega ao seu centenário! Os 100 anos do CSA de Alagoas.

Escudo do Centro Sportivo Alagoano.

Nesse último sábado, 7 de setembro, vários times brasileiros comemoraram aniversário, já que muitos dos nossos clubes foram fundados no dia da nossa Independência. Dentre os aniversariantes, no entanto, destacamos o Centro Sportivo Alagoano, o famoso e tradicional CSA de Alagoas, que acabou de completou 100 anos.

Fundação
De origem humilde, o clube foi fundado por um grupo de comerciantes, que liderados pelo desportista Jonas Oliveira, reuniram-se na Sociedade Perseverança e Auxiliar dos Empregados no Comércio, na capital alagoana, para criar uma agremiação esportiva, no dia 7 de setembro de 1913. Entre os fundadores, estavam também outros desportistas como Osório Gatto, Aristides Ataíde de Oliveira, Francisco Rocha Filho, Vicente Grossi, João Tavares da Costa, José Fontan e Pedro Rocha. Em um primeiro momento, o clube foi batizado de Centro Sportivo 7 de Setembro, em alusão clara a data de sua criação.


Jonas Oliveira, comerciante e desportista, principal 
fundador do CSA.

No entanto, dois anos depois da sua fundação, portanto, em 1915, o time azulino passou a se chamar Centro Sportivo Floriano Peixoto. A mudança, aprovada em assembléia geral pelos torcedores, surgiu do desejo de homenagear José Floriano Peixoto, um dos maiores atletas alagoanos, que na época destacava-se a nível nacional. Aproximadamente três anos depois dessa última modificação, em uma nova assembléia, o clube sofreu uma nova alteração no seu nome, assumindo definitivamente, no dia 3 de abril de 1918, a alcunha de Centro Sportivo Alagoano, da qual deriva a sigla CSA.

Escudos antigos do Centro Sportivo Alagoano.


Mais modelos de escudos do CSA.

Os anos iniciais: as primeiras sedes, jogos e treinos
A primeira sede oficial do clube foi construída justamente no local de sua fundação, ou seja, na Sociedade Perseverança e Auxiliar dos Empregados no Comércio. O lugar abrigava uma verdadeira academia de atletas, pois era frequentado não apenas pelos jogadores de futebol, mas também por praticantes de boxe, luta grego-romana, esgrima, levantamento de peso, lançamento de dardo e disco. Somente a partir de 1917, os esportes náuticos passaram a ser praticados pelos associados do clube, que durante muitos anos utilizaram a lagoa Mundaú para realizar passeios e competições náuticas.

Formação do time do CSA em 1923. Em pé: Bráulio, Alírio, Murilo,
Odulfo, Nelciono; Ajoelhados: Campelo, Mimi e Geraldo; Sentados:
 Hilário, Mendes e Osvaldo (Foto: site Museu dos Esportes).

Ainda nos primeiros anos, pouco depois da sua fundação, a sede do clube foi transferida para uma das dependências do Palácio Velho, antigo Palácio do Governo, em Maceió. Em 1915, após uma nova mudança, a sede passou a funcionar em um prédio pertencente ao Tiro de Guerra, localizado na Praça da Independência, antiga Praça da Cadeia, no centro da cidade. Esse novo espaço ficou marcado na história do clube, já que foi o primeiro a receber os treinos e os jogos do time de futebol azulino. Na primeira partida realizada nesse novo espaço, o até então Centro Sportivo Floriano Peixoto venceu por 3 x 0 uma equipe formada por alagoanos que estudavam no Recife.

Equipe do CSA em 1929 (Foto: Revista da Cidade).

Esporte de Recife 4 x 2 CSA - Partida amistosa, disputada no Mutange em 1941.
 No lance, o goleiro azulino Palito faz uma defesa corajosa nos pés do atacante
rubro-negro Pirombá. De bem perto, seu companheiro de defesa (Nhô)
 observa o lance (Fonte: site Museu dos Esportes).

CSA, 1959 - time que participou da primeira edição da Taça Brasil
primeira competição nacional oficial entre clubes brasileiros.

O Estádio Gustavo Paiva, o Estádio do Mutange: patrimônio histórico do clube e do futebol alagoano
Somente em 1922, especificamente no dia 15 de novembro, o CSA inaugurou o Estádio Gustavo Paiva, no bairro do Bebedouro, carinhosamente chamado pelos torcedores azulinos de Estádio do Mutange, justamente em alusão ao bairro que abrigava a nova casa do Azulão. Na inauguração, o time da capital alagoana venceu o Centro Sportivo do Peréz, na época uma boa equipe pernambucana, pelo placar de 3 x 0. Coube ao atacante Odulfo a honra de marcar o primeiro gol do Mutange, até então o maior estádio de futebol da cidade e do estado.

Inauguração do Estádio do Mutange, em 1922. Em jogo festivo, CSA venceu
 o Centro Sportivo Peréz por 3 x 0 (Fonte: site Museu dos Esportes).

Time do CSA em 1922, ano de inauguração do Estádio 
do Mutange (Foto: Museu dos Esportes).

Por mais de 40 anos, o estádio marcou seu nome na história do futebol alagoano. Até a inauguração do Estádio Rei Pelé (Trapichão), o Mutange recebeu os maiores acontecimentos esportivos da cidade e do estado, transformando-se no palco onde foram disputados os grandes jogos, as grandes decisões. Ao longo de mais de 90 anos de existência, o estádio foi pioneiro nos mais diversos aspectos relacionados a vida esportiva e social da capital alagoana.
Em 1934, por exemplo, realizou o primeiro jogo de futebol noturno do Nordeste. Na ocasião, o Azulão enfrentou uma equipe que pertencia a Força e Luz, que instalou cem refletores de 34 mil velas no estádio. O Mutange recebeu ainda a primeira partida de futebol internacional do estado de Alagoas. Foi em 1951, no dia 23 de dezembro, quando o CSA empatou por 1 x 1 com o tradicional Vélez Sarsfield da Argentina, em uma partida amistosa.

Carijó, goleiro do CSA, parando o ataque do Vélez, em jogo amistoso
disputado no Mutange em 1951. (Foto: Museu dos Esportes).

Goleiro para um labo, bola para o outro - Lance do pênalti convertido por
Milton Mongôlo, que empatou a partida amistosa contra os argentinos
 do Vélez (Fonte: site Museu dos Esportes).

Estádio do Mutange, Campeonato Alagoano de 1923 - CRB 3 x 1 CSA.
No lance, o zagueiro Massa tenta cortar a bola defendida pelo goleiro
 Palito. Ao fundo, Raul do CSA e Duda do CRB acompanham
 a jogada (Fonte: site Museu dos Esportes).

Certamente, os torcedores alagoanos, mas especialmente os azulinos, guardam na memória uma série de lembranças do Mutange, que remetem não apenas as glórias, vitórias, alegrias e títulos, mas também trazem a tona decepções, derrotas, tristezas e perdas de troféus. Verdadeiro patrimônio do clube azulino, o estádio ainda pertence ao CSA, que já há alguns anos começou a reformar o Mutange com o objetivo de transformá-lo em CT (Centro de Treinamento) e sede social.

O Clássico das Multidões: a rivalidade com o CRB
No campo da rivalidade, o CSA tem o também tradicional CRB como seu principal adversário, seu maior rival. Juntos, as duas equipes fazem o chamado Clássico das Multidões, o jogo mais tradicional, o que desperta mais paixão, aquele que envolve a maior rivalidade da capital e do estado alagoano. O clássico tem quase 100 anos! O primeiro confronto entre as equipes aconteceu em 1916, quando em uma partida amistosa o CSA venceu o também centenário CRB (Clube de Regatas Brasil), fundado em 1912, por 1 x 0, jogando em casa. Já na primeira partida oficial, disputada em 1927, quem saiu vitorioso foram os regatianos que, jogando em seus domínios, venceram os rivais por 2 x 0 e conquistaram o primeiro Campeonato Alagoano de futebol.

CSA 3 x 2 CRB, em 1952. No lance, defesa do goleiro azulino Dudu. A 
sua frente aparecem os atacantes regatianos Eduardo e Zeca, ao fundo
 o zagueiro Bem do Azulão (Fonte: site Museu dos Esportes).

Estádio da Pajuçara, Campeonato Alagoano de 1952 - CSA 3 x 2 CRB. Mais
 uma defesa do goleiro azulino Dudu, que desviou a bola para escanteio depois
 de um forte chute de fora da área (Fonte: site Museu dos Esportes).

CSA 3 x 2 CRB - Campeonato Alagoano de 1963. Gol de Clóvis para
 os azulinos. No lance, ele aparece chutando entre os zagueiros
 regatianos Lourival e Márcio.

Decisão do Campeonato Alagoano de 1963 - CSA 4 x 2 CRB. O 
lance é do gol de Pinga, que confirmou o título para
 os azulinos (Fonte: site Museu dos Esportes).

Ao longo dos anos, vários episódios foram alimentando ainda mais a rivalidade entre as duas maiores e tradicionais equipes alagoanas. O primeiro grande entrevero entre os clubes aconteceu em meados dos anos 1930, quando o CSA convidou o CRB para disputar uma partida amistosa. Os regatianos aceitaram, mas impuseram uma condição: chamar jogadores de outros clubes para montar seu time. Os azulinos não aceitaram as exigências, o que intensificou ainda mais a rivalidade entre as equipes.
Com o passar do tempo, os desentendimentos entre os rivais foram aumentado dentro e fora de campo. A troca de farpas e as provocações entre as diretorias podia ser acompanhado nos jornais da época. O auge de todas essas "batalhas" ocorreu quando Ismail Acioli (presidente do CRB) considerou como uma ofensa pessoal uma das declarações publicadas por Osório Gatto (presidente do CSA). Os mandatários resolveram marcar um encontro em pleno centro da cidade da capital alagoana para resolver suas desavenças. Armado com um revólver, o presidente do CSA  desferiu um tiro que atingiu uma das pernas do mandatário regatiano.

No Estádio da Pajuçara, CRB x CSA pelo Campeonato Alagoano de 1965.
 Na foto, disputa entre o zagueiro regatiano Ademir e o ponteiro azulino
 Canhoteiro (Fonte: site Museu dos Esportes).

Campeonato Alagoano de 1965 - CSA 3 x 1 CRB. Gol de Arcanjo, que 
aparece chutando a bola. Evandro, jogador regatiano, ainda tentou evitar
 o gol do artilheiro azulino (Fonte: site Museu dos Esportes).

Decisão do Campeonato Alagoano de 1979 - CRB 2 x 0 CSA. Lance do gol
 que confirmou o primeiro e único tetracampeonato para os regatianos. O 
ponteiro Silva aparece chutando para as redes azulinas
 (Fonte: site Museu dos Esportes).

Decisão do Campeonato Alagoano de 1980 - CSA 1 x 1 CRB. Foto do
artilheiro azulino Zé Roberto empatando o jogo e correndo em direção a
torcida para comemorar. O gol de empate garantiu o título
 para o CSA (Fonte: site Museu dos Esportes).

A partir desse instante, iniciou-se uma verdadeira guerra entre os dirigentes dos dois clubes, com ameaças de ambos os lados. A diretoria do CRB chegou, inclusive, a ameaçar os dirigentes azulinos de morte, caso o presidente regatiano viesse a falecer, o que não aconteceu. Somente depois de alguns anos, os diretores e dirigentes de ambos os times fizeram as pazes, mas o episódio já havia deixado sua marca, contribuindo para aumentar ainda mais a rivalidade entre os torcedores e as equipes. Toda essa rivalidade, não podemos deixar de lembrar, também tem relação direta com os bairros em que se localizam os clubes rivais. O CSA representa a lagoa, localizada no Mutange, enquanto o CRB simboliza a praia, sua sede se localiza no bairro litorâneo da Pajuçara.

Um presente difícil, um passado glorioso: os títulos, os craques e os ídolos
Em relação aos títulos conquistados, o CSA se destaca com 37 títulos estaduais, o que faz da equipe azulina o maior campeão do futebol alagoano. Dentre todas essas conquistas, que representam um recorde no estado, merece menção honrosa os três tetras campeonatos vencidos entre os anos de 1955-1958, 1965-1968 e 1996-1999. A nível local, o CSA ganhou ainda uma série de torneios, troféus e copas ao longo dos seus cem anos de vida.

CSA campeão alagoano de 1955. A conquista abriu a série de títulos
consecutivos, que deu o inédito primeiro tetracampeonato ao Azulão.
Em pé: Oscarzinho, Tadeu, Jedir, Epaminondas, NivaldoYang Tay e
Orizon. Agachados: Perereca, Italo, Davino, Bemvindo
 e Zeca (Fonte: site Museu dos Esportes).


CSA campeão alagoano de 1958. O título garantiu o primeiro
tetra do estadual alagoano.

Ataque do CSA que conquistou o tetra em 1958 - Perereca, Italo,
Clóvis, Davino e Tonho Lima. (Fonte: site Museu dos Esportes).

Atacantes do CSA que conquistaram o Campeonato Alagoano de 1965 - 
Deda, Ratinho, Arcanjo, Tonho Lima, Eric e Canhoteiro. O título foi o 
primeiro da série que terminou com o segundo tetra do 
alagoano (Fonte: site Museu dos Esportes).

CSA campeão alagoano de 1968. Essa equipe garantiu o segundo 
tetra do estadual do alagoano.

Primeiro jogo da decisão do Campeonato Alagoano de 1966 - 
CSA 4 x 2 Penedense. O lance é do gol de Xavier, atacante do 
Penedense, que encobriu o goleiro Batista do Azulão
 (Fonte: Museu dos Esportes).

CSA campeão alagoano de 1999. O título garantiu o terceiro tetra para o 
Azulão, que nesse mesmo ano conquistou o inédito vice-campeonato da
 Conmebol. Em pé: Veloso, Jivago, Fabinho Goiano, André, Mazinho,
 Otávio. Agachados: Everaldo, Da Silva, Ramón, Pastor
 e Naílson (Fonte: Revista Placar).

Fora das fronteiras de Alagoas, o time azulino nunca conquistou nenhum título, mas sua torcida orgulha-se de ter conquistado três vices campeonatos da Taça de Prata (atual Série B do Brasileirão) em 1980, 1982 e 1983, bem como o vice campeonato da Copa Conmebol (1999), um feito único, que até hoje ainda não foi sequer igualado por nenhuma outra equipe do Nordeste. Nesse sentido, o Azulão não deixou de ser pioneiro, já que foi o primeiro clube alagoano a participara de uma competição internacional, sendo também o primeiro time do Nordeste a disputar uma decisão de campeonato sul-americano.

CSA vice-campeão da Taça de Prata de 1980. Em outros anos, nas 
décadas de 1970 e 1980, o time azulino chegou a disputar
 a 1° divisão do Brasileirão.

Time do CSA, pela segunda vez vice-campeão da 
Taça de Prata de 1982.

Em 1983, mais um vice-campeonato da Taça de Prata, conquistado
 pela equipe da fotografia.

Jornal argentino, destacando a final da Copa Conmebol entre 
CSA e Talleres da Argentina.

Ao longo da gloriosa história do CSA, vários craques já vestiram a camisa do popular time azulino, que ficou conhecido como clube das multidões. Jogadores do quilate de Dida (ídolo do Flamengo e da seleção na década de 1950), Nereu, Jacozinho, Zé Preta, Misso, Paranhos, Peu e o meia luso-brasileiro Deco, que brilhou no Barcelona e na seleção portuguesa, já tiveram a honra de jogar pelo Azulão do Mutange. Fora de campo, o clube chegou a ser administrado pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo, que presidiu o CSA, ainda bastante jovem, durante a década de 1970.

CSA de 1997 - Na foto, agachados, Deco (segundo da direita pra
esquerda) e Adriano Gabiru (segundo da esquerda pra direita).

Antes de chegar a presidência República, Fernando Collor se
 tornou presidente do CSA. Com 24 anos, transformou-se no
 mais jovem dirigente de Alagoas.

O atual técnico da seleção brasileira, Luiz Filipe Scollari (Felipão), também chegou a defender as cores azulinas, onde não apenas sagrou-se campeão alagoano, mas também iniciou sua vitoriosa carreira de treinador na década de 1980. Até mesmo o eterno Garrincha, ídolo do futebol brasileiro e mundial, já chegou a vestir a camisa do CSA, em um amistoso contra o ASA de Arapiraca, um jogo festivo disputado em 1973, quando o gênio das pernas tortas estava nos momentos finais da sua carreira.

CSA de 1981, que conquistou o título de campeão alagoano. No time,
em pé, terceiro da esquerda para direita, o zagueiro Luís Filipe, que
mais tarde se tornaria o famoso técnico Felipão. Agachado,
terceiro da esquerda pra direita, Jacozinho, um dos
grandes ídolos do Azulão do Mutange.

Entre os agachados, Garrincha é o segundo da esquerda pra direita.
A foto foi tirada pouco antes de um amistoso contra o
 ASA, no Rei Pelé, em 1973.

Atualmente, o tradicional azulino do Mutange passa por momentos difíceis, tendo que enfrentar uma das maiores crises da sua história centenária. Nos últimos anos, em virtude de graves problemas financeiros, resultado de sucessivas más gestões, o clube amargou dois rebaixamentos para Série B do Campeonato Alagoano, fato que entristeceu, envergonhou e revoltou sua apaixonada torcida. No ano do centenário, as coisas não andam muito boas para o CSA, que perdeu o título estadual para seu maior rival, além de ter sido desclassificado já na fase de grupos da Série D do Brasileirão. As glórias do passado parecem cada vez mais distantes, mas sua torcida continua apaixonada, esperançosa de que dias melhores ainda virão pela frente.

As memórias do CSA: os bons tempos registrados em jornais da época.

Azulão: mascote do CSA. Inspirado em um pássaro 
popularmente conhecido como Azulão.


Hino do CSA - A letra é do poeta Cipriano Juca, já a música
é do músico Reunivestein Donizetti.

sábado, 31 de agosto de 2013

Agora é pra valer... Botafogo-PB e Central pelas oitavas da Série D. Conheça à história desse confronto!


Depois de terminar na primeira colocação no grupo A4, o Botafogo-PB iniciará a fase decisiva do Brasileirão da Série D enfrentando o Central (Caruaru-PE), que conseguiu classificar-se com um segundo lugar na sua chave. Os clubes nordestinos medirão forças em dois confrontos decisivos pelas oitavas de finais da competição, que chegou, finalmente, a fase de mata-mata. A partir de agora, apenas 4 jogos separam os times que continuam na disputa pelo acesso, pois todos os que chegarem as semifinais se classificarão automaticamente à Série C.
O primeiro confronto será no Lacerdão (01 Set., 16h), já a partida decisiva, o jogo da volta, ocorrerá no Almeidão, no próximo final de semana (08 Set., 16h). Essa será a primeira vez que os dois times se enfrentarão em jogos de mata-mata, apesar de não ser o primeiro confronto entre as equipes, que já se enfrentaram antes em algumas edições anteriores do Campeonato Brasileiro. A história desse confronto mostra equilíbrio: em 4 jogos, duas vitórias para cada uma das duas equipes, com 8 marcados pelo time paraibano e 7 pelo clube pernambucano.
A última partida entre as equipes aconteceu em 2000, pela fase grupos do Módulo Verde da Copa João Havelange (Série C do Brasileirão). O jogo terminou com a vitória do Central, que em casa ganhou do Botafogo-PB por 2 x 1. Nenhum dos dois times nunca venceu jogando na casa do adversário, portanto, fora dos seus domínios. Esse será um desafio a mais para o time paraibano, que terá de lutar também contra esse tabu para continuar avançando no campeonato em busca do acesso à Série C.

Lista de jogos:

Campeonato Brasileiro - Série A
Central 2 x 1 Botafogo-PB (Fase de Grupos - 1979)

Campeonato Brasileiro - Série B (Taça de Prata)
Botafogo-PB 2 x 1 Central (Fase de Grupos - 1981)

Campeonato Brasileiro - Série C (Copa João Havelange - Módulo Verde)
Botafogo-PB 3 x 1 Central (Fase de Grupos - 2000)
Central 3 x 2 Botafogo-PB (Fase de Grupos - 2000)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Futebol com Maconha - o Puxa Firme F. C. de Stanislaw Ponte Preta


Stanislaw Ponte Preta é, na verdade, o pseudônimo do jornalista e escritor carioca Sérgio Porto, que nasceu em 1923 e morreu em 1968. Iniciou sua carreira jornalistica em 1949, depois de ter trabalhado como bancário durante 15 anos. Começou escrevendo para a revista Sombra, mas posteriormente também colaborou com jornais como a Última Hora e o Diário Carioca, onde passou a utilizar o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta. Apesar de sugestivo, o pseudônimo escolhido não guarda nenhuma relação com o clube da Ponte Preta, time de futebol de Campinas.
Sérgio Porto, na verdade, inspirou-se em Serafim Ponte Grande, personagem satírico criado por Oswald de Andrade. O pseudônimo era utilizado, sobretudo, para ironizar os cronistas sociais de sua época, que para o escritor assumiam uma importância nem um pouco merecida. Ao longo de sua carreira, escreveu para uma série de revistas e jornais importantes, tendo trabalhado ainda em diversas emissoras de rádio e televisão. Simultaneamente, dedicou-se a atividades artísticas, produzindo críticas ou desenvolvendo trabalhos na área da música, teatro ou literatura.
Foi trabalhando nos jornais e nas rádios que começou a desenvolver sua faceta de comentarista e cronista esportivo. Suas crônicas e comentários carregavam a marca da ironia e do bom humor, que misturava-se a uma linguagem que era ao mesmo tempo pomposa, coloquial, descontraída e irreverente. Tudo isso fez com que desenvolvesse um estilo bastante particular, mesclando a crônica humorística à criação literária.

Sérgio ou Stanislaw trabalhando em sua "intimorata Remington",
 como chamava sua máquina de escrever.

Mas para Sérgio Porto, o futebol estava longe de representar apenas um tema para suas crônicas e comentários esportivos. Desde muito jovem praticava esportes. Chegou a integrar, inclusive, em 1944, a equipe de voleibol do Fluminense, seu time do coração. O futebol sempre foi uma de suas maiores paixões. Como nunca foi muito habilidoso, jogava de goleiro nas peladas que batia com os amigos no Rio de Janeiro. Desde a infância, jogava em qualquer lugar: campos de terra, grama e areia, passando, inclusive, pelos campinhos de futebol de botão.
No entanto, apesar da paixão pelo esporte, sua maior contribuição no futebol foi mesmo no campo da literatura esportiva. Grande parte desse legado foram reunidos em livros como Bola na Rede: a Batalha do Bi e Gol de Padre e Outras Crônicas, entre outras coletâneas, que publicaram alguns dos seus melhores textos sobre o esporte. Logo abaixo, reproduzimos uma das crônicas de Sérgio Porto ou Stanislaw Ponte Preta. O título é bastante peculiar, diria que para alguns também não deixa de ser bastante sugestivo. A crônica, intitulada Futebol com Maconha, narra a história de um jogo muito divertido e engraçado entre o Puxa Firme F. C. e o time do padre Evaldo. Vale a pena ler... confiram!

Coletânea de textos em que foi publicado a 
crônica destacada na postagem.


Futebol com Maconha

Tem cara que é tricolor, tem cara que é vascaíno; uns torcem pelo Flamengo, outros pelo Botafogo. Mas, Primo Altamirando tinha que ser diferente: o miserável me confessou noutro dia que é torcedor do Puxa Firme F. C., Sociedade Recreativa do Morro do Queimado. Aliás, essa história foi ele que me contou.
Diz que dos 22 jogadores, mais técnico, massagista, enfermeiro do Puxa Firme, não tem um que não seja apreciador da erva maldita. O preparo físico do time se resume numa rápida concentração, para puxar maconha. Em véspera de jogo a janela da sede, que fica no sobrado de um botequim, parece até incêndio: como sai fumaça! No sábado passado, o técnico do time - um tremendo crioulo que atende pelo vulgo de Macarrão - deu o grito:
__ Olha cambada, amanhã nós tem que jogar comportado. Nós vai enfrentar o time do padre Evaldo e é em benefício da igreja.
Como Macarrão é muito respeitado ninguém chiou e no dia seguinte, no telheiro do campo, que a turma apelidou de vestiário, o time uniformizado contava com: Dentinho, Macaxeira, Bom Cabelo, Pau Preto e Lamparina; Melodia e Fubecada; Chaminé, Praga de Mãe, Porém e Parecido (tudo apelido, inclusive Parecido, porque fazia um sorriso igual ao do senhor Juraci Magalhães - político baiano - sempre que acertava um). Macarrão deu as instruções e perguntou:
__ Argum problema?
Lamparina levantou o dedo e perguntou:
__ Que tipo de marcação que a gente vai usar?
Macarrão pegou um papel de embrulho e deu uma de técnico formado. Traçou uns riscos e disse:
__ Marquemo por zona. É mais melhor.
O time saiu pro campo e com cinco minutos a turma do padre já tava dando de goleada. Macarrão berrava as instruções cheio de ódio. "Não intrapaia os beques, crioulo nojento". "Oia a marcação, desinfeliz". "Pára de fumar, Dentinho". E o time do padre fazendo gol.
Quando já tava uns cinco a zero, Porém fingiu que marcava, chegou perto do telheiro e quis saber de Macarrão se podia apelar.
__ Apela pra sua mãe, sem-vergonho. Tá levando come aí pra todo lado. Arrespeita o time do padre, que é tudo gente dereita.
Diz primo Altamirando que o Puxa Firme F. C. quando joga respeitando o adversário perde metade de sua estrutura técnica. O jogo acabou 8 x 0 e o piedoso sacerdote estava todo satisfeito, tendo mesmo se dado ao trabalho de ir cumprimentar o crioulo Macarrão, pela lisura com que seus atletas se comportaram durante a refrega.
__ Parabéns, senhor Macarrão - disse o padre. - Certas derrotas têm o gosto da vitória. Seu time jogou com muita esportividade. Só não entendi por que jogaram com dez.
__ Com dez??? - estranhou Macarrão. - Como é que eu não arreparei?
Foi aí que Melodia, que era o capitão do time, esclareceu?
__ Pois é, o Lamparina não jogou. O senhor foi falar aí em marcação por zona. Sabe como é o Lampa. Não pode ouvir falar em zona que ele vai pra lá.

sábado, 20 de julho de 2013

O centenário de um Cruzeiro menos famoso, mas não menos glorioso. Um breve histórico sobre os 100 anos do Estrelado de Porto Alegre.

Escudo do E. C. Cruzeiro de Porto Alegre

Ao longo de todo esse ano de 2013, vários clubes brasileiros completaram ou ainda completarão 100 anos de existência. Nesse mês de julho, o aniversariante que chega ao centenário é o Cruzeiro. Não o mais famoso, o mineiro da cidade de Belo Horizonte, mas um mais antigo, que mesmo sendo mais desconhecido, não deve ser considerado menos glorioso. Trata-se do Cruzeiro de Porto Alegre, que foi fundado em 14 de julho de 1913.

Fundação
O clube surgiu da iniciativa de 18 jovens que, numa noite fria de inverno portoalegrense, reuniram-se no prédio do antigo Cine Ópera para fundar um clube de futebol, esporte que havia chegado há pouco tempo na cidade, mas que já tinha um grande apelo entre os mais novos. Dos dezoito fundadores, cinco tinham ligações com Sport Clube Internacional. Na verdade, tratava-se de um grupo de torcedores, que estavam descontentes com a condução do time Colorado. Insatisfeitos, juntaram-se a outros jovens para fundar seu próprio clube de futebol.
A principio, o novo clube seria batizado com o nome de 14 de julho, referencia ao dia de sua fundação, mas um dos seus fundadores sugeriu que fosse chamado de Cruzeiro, em alusão a constelação Cruzeiro do Sul. Esse nome, que tem como símbolo as cinco estrelas da constelação, teria sido sugerido por conta da ligação que os cinco integrantes fundadores tinham com o Internacional. Diferente de alguns outros clubes, o Cruzeiro tem uma origem mais elitista. Desde a sua fundação, esteve ligado aos intelectuais, a pessoas de esquerda e a estudantes.

Os clássicos com o Inter e o Grêmio e os títulos citadino e estadual
Durante décadas, o Cruzeiro permaneceu como terceira força do futebol gaúcho, rivalizando tanto com o Grêmio quanto com o Internacional, clubes mais antigos, fundados, respectivamente, em 1903 e 1909. Jogando contra os seus rivais, protagonizava o Gre-Cruz e o Inter-Cruz, jogos que, junto com o famoso Gre-Nal, estavam entre os clássicos da capital gaúcha.

Estádio da Montanha, 1959 - Clássico Inter-Cruz. Goleiro Irno sai do 
gol para interceptar cruzamento. O jogo terminou empato por 1 x 1.

Dentre os títulos do Estrelado (nome carinhoso dado pela torcida), os mais importantes foram o campeonato gaúcho (1929) e o tricampeonato portoalegrense (1918, 1921 e 1929), conquistados por um time formado basicamente por estudantes universitários e alunos da Escola Militar de Porto Alegre. Até 1917, o Campeonato Citadino ou Portoalegrense era a única competição oficial disputada na capital gaúcha. O campeonato estadual começou a ser disputado apenas em 1919, por iniciativa da recém criada Federação Rio-Grandense de Desportos.

Taça do Campeonato Gaúcho de 1929. Maior 
conquista da história do Estrelado.

Nessa época, o Campeonato Gaúcho era disputado por regiões. Somente o campeão da cidade de Porto Alegre e os clubes representantes de outras regiões do estado podiam disputar o estadual. Essa fórmula de disputa durou até 1960, no ano seguinte, a competição passou a ser disputada pelos principais times da capital e do interior. Isso valoriza ainda mais os títulos conquistados pela equipe cruzeirista. Numa época em que não existiam competições nacionais, o campeonato da capital e o estadual tinha um peso e uma importância muito grande.

O Estádio da Montanha
Em 1941, o Estrelado da capital gaúcha inaugurou o Estádio da Montanha, um dos mais completos e modernos do país. O primeiro estádio do clube havia sido a Vila Cruzeira, onde jogou até 1920. Em seguida, mudou-se para o Caminho do Meio, uma nova casa, onde permaneceu mandando seus jogos por mais de 18 anos.

Convite de inauguração do Estádio da Montanha.


Fachada da entrada das sociais do antigo Estádio da Montanha.

Na inauguração do novo estádio, no dia 6 de março de 1941, o Cruzeiro enfrentou o São Paulo em uma partida amistosa, vencida pelo alvi-azul por 1 x 0, gol de Gervásio, que assinalou o primeiro gol da Colina Melancólica, nome pelo qual também ficou conhecido o campo do Estrelado. O estádio foi o primeiro do Rio Grande do Sul com túnel de acesso do vestiário para o gramado, além do mais, tinha capacidade para 20.000 expectadores. Já na inauguração, todos esses lugares foram ocupados pela torcida cruzeirista, que fez uma grande festa diante da vitória sobre o tricolor paulista.

Cruzeiro 1 x 0 São Paulo - Lance do jogo amistoso, que inaugurou
 o Estádio da Montanha, em 1941.

Torcedores cruzeirista lotam as sociais do Estádio da Montanha 
na inauguração contra o São Paulo.

Campo de jogo do Estádio da Montanha, batizada também de
Colina Melancólica pelos torcedores.

O Cruzeiro entre as décadas de 1940 e 1970: mais títulos e a contratação de um técnico húngaro
Entre as décadas de 1940 e 1960, o clube voltou a conquistar alguns títulos de menor importância, como torneios e taças disputadas em âmbito local e estadual. Em 1943, por exemplo, ganhou o Torneio Início, a Taça da Cidade e o Campeonato Extra de Porto Alegre. Quatro anos depois, ou seja, em 1947, voltou a ser campeão da Taça Cidade de Porto Alegre, enquanto nos anos de 1951 e 1962 conquistou, novamente, o Torneio Início da capital gaúcha.

Equipe do Cruzeiro do final da década de 1940.

Time do Cruzeiro de 1954 - Em pé: Valdão, Laerte Terceiro, Dioli, 
Danton, Laerte Segundo e Leo. Agachados: Rubens Hoffmeister, 
Nardo, Orcelli, Casquinha e Jarico.

Na temporada de 1945, contratou o técnico húngaro Emerich Hirchl, que havia treinado uma série de clubes argentinos, tais como Gimnasia y Esgrima, River Plate, Rosário Central, San Lorenzo e Banfield. Foi o primeiro treinador estrangeiro a dirigir times do futebol profissional argentino. No Rio Grande do Sul, também entrou para a história junto com o Cruzeiro, que tornou-se o primeiro clube gaúcho a contratar um técnico estrangeiro. Ao desembarcar em Porto Alegre, o treinador húngaro trouxe para o Estrelado uma famosa dupla de atacantes italianos, Flamini e Lombardini, que já haviam atuado pela seleção nacional e por clubes como Lazio, bem como outros importantes times argentinos.

A inédita excursão entre os anos de 1953-1954
O pioneirismo da equipe cruzeirista se fez presente em outros momentos da história do clube e do futebol gaúcho. Em 1917, por exemplo, propôs a regulamentação da entrada de jogadores estrangeiros nos clubes gaúchos, algo que já acontecia em São Paulo e Buenos Aires. Esse espírito pioneiro se fez sentir também entre 1953-1954, quando viajou para Europa, Ásia e Oriente Médio, tornando-se o primeiro clube gaúcho a excursionar para jogar fora do país.

Equipe cruzeirista posando para fotografia no navio durante a 
pioneira viajem de excursão de 1953.

Time do Cruzeiro que empatou com o poderoso Real Madrid 
de Di Stéfano.

O ponto alto dessa excursão, sem dúvida, foi o empate contra o poderoso Real Madrid de Di Stéfano, no estádio Chamartín, atual Santiago Bernabéu. Mas o Cruzeiro também enfrentou outros grandes clubes do futebol europeu, tais como Lazio, Torino, Toulousse, Espanhol, Galatasaray, Besiktas e Fenerbahçe, entre outros grandes times. No geral, o saldo da viajem foi bastante positivo. Em 15 jogos, a equipe cruzeirista venceu sete, empatou quatro e perdeu as outras quatro partidas, marcou 28 gols e sofreu 20.

Real Madrid 0 x 0 Cruzeiro - Lance do jogo que garantiu um 
resultado histórico para o Estrelado.

Jogadores do Cruzeiro e da seleção israelense posando para fotografia 
antes da partida. O Estrelado foi o primeiro time brasileiro 
a jogar no Estado de Israel, em janeiro de 1954.

Recepção calorosa, marcada por uma grande festa, no 
retorno da excursão no início de 1954.

Uma nova excursão e a inédita conquista intercontinental
Em 1960, o Cruzeiro fez uma nova excursão, dessa vez apenas pela Europa. Ao longo da viajem, enfrentou vários clubes da Europa Ocidental, Escandinávia e Leste Europeu. Dentre os principais equipes, merecem destaque o Sevilha, o Espanhol, o Anderlecht e as seleções da Checoslováquia, Bulgária e Dinamarca (equipe Olímpica). Novamente, voltou com resultados bastante positivos. Em 24 partidas, venceu onze, empatou seis e perdeu sete, marcando 39 gols e sofrendo 35.

Equipe cruzeirista de malas prontas para retornar à Europa, em 1960.

Mais uma vez, o Estrelado fez história. Em terras europeias, depois de enfrentar vários times alemães, conquistou o Torneio de Páscoa de Berlim (um importante campeonato na época), transformando-se no primeiro clube gaúcho a ganhar um título intercontinental. Em 1961, numa nova excursão à Argentina, o Cruzeiro conquistou a primeira edição do Torneio de Páscoa de Mar del Plata, seu segundo título internacional.

Time do Cruzeiro que viajou para Europa em 1960. A foto foi tirada antes 
da partida contra o Figueres. Os donos da casa jogaram reforçados por 
Joel, Didi, Evaristo de Macedo e Vavá. Os quatro grandes jogadores
 brasileiros jogavam na Espanha e também aparecem na foto.

Os destaques da conquista inédita em terras europeias.

Da decadência a volta por cima: a desativação e o retorno a elite do futebol gaúcho
No final da década de 1960, a equipe cruzeirista começou a entrar em crise e iniciou um período de franca decadência. O clube que incomodava os grandes durante seus primeiros 50 anos de existência, quando chegou a ser considerado a terceira força do futebol gaúcho, começava a se desfazer e com o tempo passou a não existir mais. O Estádio da Montanha, motivo de orgulho da torcida, foi vendido e transformou-se em um cemitério. O clube até chegou a construir um novo estádio, em 1977, batizando-o de Estrelão. Seu último grande suspiro, no entanto, foi o título da Copa Taça Governador do Estado, conquistada em 1970.

Cruzeiro 0 x 0 Pelotas - Inauguração do 
novo estádio Estrelão, em abril de 1977.

Time campeão da Taça Governador do Estado em 1970. Em pé: 
Henrique, Miguel, Ortunho, Bido e Arceu. Agachados: 
Arlém, Arnaldo, Joãozinho, Pio e Laoni.

Mais uma foto do Cruzeiro de 1970, campeão da 
Taça Governador do Estado.

Em 1979, o Cruzeiro acabou sendo desativado, voltando ao futebol somente em 1991, ou seja, depois de mais de 20 anos. De lá pra cá, o Estrelado passou por maus bocados, chegando a disputar, inclusive, a 3° divisão do Campeonato Gaúcho. A partir dos anos 2000, o alvi-azul passou a investir na base e, como resultado, conquistou o título da Série B do estadual, conseguindo o acesso para elite do futebol gaúcho.

Mascote do time do Cruzeiro. Batizado carinhosamente de Leão 
da Montanha, em alusão ao antigo estádio do clube.

Recentemente, o clube negociou novamente o seu estádio, o Estrelão, construído em 1977. Em troca, receberá um novo e moderno estádio, no formato dessas novas arenas, em Cachoeirinha, região metropolitana de Porto Alegre. De volta a primeira divisão, e com um novo estádio, que será inaugurado em 2014, o centenário Cruzeiro espera reviver as glórias e conquistas do passado.

Hino do E. C. Cruzeiro - Letra e música do violinista e compositor gaúcho 
Túlio Piva, que se dedicou ao samba, ao choro e a música popular.