quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

40 anos da morte de Pixinguinha. O choro "Um a Zero" e o Campeonato Sul Americano de 1919.

Como bem sabemos, o futebol e a música já produziram belas tabelinhas nos mais diversos "campos" do Brasil e do Mundo. A relação entre essas manifestações culturais aparece de maneira explicita não apenas no canto e batuque das torcidas, mas também nas letras de várias músicas que foram gravadas e viraram sucesso nas melodias e na voz de grandes artistas. Para os amantes dessas formas de expressão cultural esse mês de fevereiro foi especial, pois o último dia 17 marcou os 40 anos da morte de Pixinguinha, um dos maiores músicos da história do nosso país. Todos aqueles que nunca ouviram falar desse grande artista, nem tampouco conhecem o "chorinho", gênero musical genuinamente brasileiro, devem está se perguntando qual a relação que o autor e a sua obra tem com o futebol. Os apreciadores do "choro", no entanto, logo lembrarão da música "Um  Zero", composta por Pixinguinha e Benedito Lacerda no ano de 1919.
Nessa época, o Brasil sediou pela primeira vez uma competição internacional: o III Campeonato Sul Americano de Futebol, realizado na cidade do Rio de Janeiro, capital do país naquele momento. O torneio foi disputado pelas seleções do Brasil (dona da casa), ArgentinaUruguai e Chile, que também haviam participado das duas primeiras edições realizadas, respectivamente, na Argentina (1916) e no Uruguai (1917). A seleção uruguaia, que na década de 1920 ganharia a insígnia de Celeste Olímpica, por contas das conquistas nas Olimpíadas de Paris (1924) e Amsterdã (1928), chegou como bicampeã sul-americana, pois, nas edições anteriores, bateu duas vezes a Argentina. Até então, a seleção brasileira  nunca havia vencido uma competição internacional, e seu melhor resultado havia sido os dois terceiros lugares obtidos nos sul-americanos anteriores. Apesar do futebol ainda ser muito restrito às classes dominantes, toda população do Rio de Janeiro mostrou grande interesse pela competição, que foi disputada no recém fundado estádio das Laranjeiras (antigo campo da Rua Guanabara), maior praça de futebol da América Latina na época.

Visão geral das Laranjeiras, estádio do Fluminense, durante o jogo
 Brasil e Uruguai pelo Campeonato Sul Americano de 1919.

A princípio, o campeonato deveria ter sido realizado em 1918, mas uma grave epidemia de gripe espanhola acabou adiando o evento para o ano seguinte. A competição foi disputada em turno único e todas as seleções jogaram entre si. Em 3 jogos, a seleção brasileira venceu duas partidas e empatou uma: estreou goleando o Chile (6 x 0), depois derrotou a Argentina (3 x 1) e empatou com o Uruguai (2 x 2). No final do turno, as seleções brasileira e uruguaia terminaram empatas com 7 pontos, por isso foi preciso realizar um jogo de desempate entre as duas equipes para decidir quem seria o campeão. O governo decretou ponto facultativo, o que fez com que bancos e casas de comércio não abrissem as portas. A partida de desempate estava marcada para a tarde, mas milhares de torcedores começaram a se aglomerar nos arredores do estádio desde as 11 horas da manhã. Na época, as Laranjeiras tinha capacidade para 20 mil lugares, mas estima-se que havia pelo menos 28 mil pessoas nas arquibancadas para assistir a grande final. Além disso, do lado de fora do campo, milhares de pessoas que não conseguiram comprar ingresso subiram nas árvores e nos morros vizinhos para acompanhar a peleja.

Nessa imagem é possível observar os morros
 e árvores ao redor do campo lotado.

O jogo foi simplesmente emocionante. Nos 90 minutos regulamentares, nenhuma das duas equipes conseguiu mexer no placar. Veio então a prorrogação, mas nos 30 minutos de tempo extra persistiu o placar de 0 x 0. Como não havia disputas de pênaltis na época houve uma segunda prorrogação de mais 30 minutos, mesmo com os times extenuados em campo. Logo no terceiro minuto o Brasil chegou as redes com Friedenreich (apelidado de "El Tigre" pelos uruguaios), primeiro grande craque brasileiro, que aproveitou o rebote oferecido pelo goleiro adversário. O jogo terminou 1 x 0, resultado que garantiu o primeiro Campeonato Sul-Americano ao Brasil, que ganhou um inédito título internacional, até então nunca antes conquistado. A realização da competição e a conquista brasileira causaram um impacto tão forte na população do Rio de Janeiro que o jornal A Rua publicou: "antes do campeonato, o football aqui já era uma doença: agora é uma grande epidemia, a coqueluche da cidade, de que ninguém escapa".

Brasil campeão do sul americano de 1919: Píndaro, Pereira, Fortes, Amílcar, 
Bianco, Marcos, Milton, Heitor, Arthur Friedenreich, Neco e Arnaldo.

Como habitantes da capital federal, Pixinguinha e Benedito Lacerda não escaparam dessa epidemia, da verdadeira coqueluche em que o futebol se transformava na cidade. Inspirados pelo 1 x 0 contra os uruguaios, os músicos compuseram o famoso choro "Um a Zero", que insere-se nesse vibrante ambiente da conquista brasileira. Na versão original não havia letra na música, que sofreu essa alteração somente muito tempo depois graças a criatividade do compositor mineiro Nelson Ângelo, integrante do Clube da Esquina. Muitos estudiosos afirmam que o choro "Um a Zero" trata-se da primeira composição dedicada ao futebol no Brasil. Especialistas e pesquisadores destacam ainda que o ritmo da música, marcado pela aceleração e cadência rítmica, guarda relação intrínseca com a correria e a intensa disputa da partida final contra a seleção do Uruguai. Diante disso, nota-se o quanto essa partida marcou esses mestres do "choro" e da música popular brasileira.

Em uma gravação dos anos 1950, Pixinguinha toca 
"Um a Zero" com o seu conjunto.

Essa magnífica composição de Pixinguinha e Benedito Lacerda representa mais uma amostra do quanto essa competição internacional impactou a população da capital federal. O futebol, que até então estava restrito as elites, tem o seu primeiro impulso de massificação e popularização com essa conquista brasileira. Friedenreich, um legítimo mestiço, filho de um comerciante alemão com uma lavadeira negra brasileira, foi alçado a categoria de herói nacional. Nesse contexto, a vitória da seleção brasileira teve uma importância que ultrapassou os limites das quatros linhas do campo. Em um momento raro até então na história do nosso país, ricos e pobres se misturaram e compartilharam algo, que pode ter sido apenas o sentimento de se emocionar ou de vibrar juntos, mas que não deixou de ajudar a quebrar alguns velhos preconceitos, visto que pelo menos o direito de se divertir com o jogo estava sendo democratizado. Ironicamente, o futebol, que inicialmente era praticado apenas por uma minoria de poderosos, ofereceu, como bem lembrou o jornalista Roberto Sander em seu livro sobre o Sul Americano de 1919, a "tão almejada igualdade que a decadente República Velha, intransigente, se recusava a proporcionar". Talvez tenha sido essa peculiaridade que estimulou Pixinguinha, que não jogava futebol, nem tampouco parecia apaixonado por nenhum clube, a compor o chorinho 'Um a Zero", que certamente representa muito mais do que apenas uma música destituída de história.

Áudio da música "Um a Zero", versão com letra
 do compositor mineiro Nelson Ângelo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Tudo definido no 1° turno do Paraibano. Botafogo-PB assegura primeiro lugar, o Treze a vice-liderança. Cruzeiro e Paraíba são rebaixados.



A vitória dos dois times pessoenses, na tarde desse último domingo, acabaram com todas as incertezas que ainda havia quanto a classificação para a fase final e o rebaixamento. Na Graça, o Auto Esporte venceu o Cruzeiro por 1 x 0, enquanto no Perpetão o Botafogo - PB derrotou o Paraíba por 3 x 0. Com esses resultados está tudo definido nessa primeira fase do Campeonato Paraibano. O Belo assegurou a primeira colocação, pois chegou aos 33 pontos e não pode mais ser alcançado pelo Treze, que terminará mesmo na vice-liderança, porque nos 2 jogos que lhe restam só poderá chegar aos 32 pontos. Por sua vez, o Clube do Povo garantiu-se na primeira divisão do estadual paraibano, já que atingiu 15 pontos, não podendo mais ser ultrapassado pelos já rebaixados Paraíba ou Cruzeiro, que com apenas uma partida a fazer poderão somar, respectivamente, 11 e 10 pontos.
A rodada será fechada nessa noite de segunda-feira com 2 jogos: em Cajazeiras, o Atlético receberá o Treze (Perpetão, 20:30h), enquanto em João Pessoa, o CSP enfrentará o Nacional - Patos (Graça, 20:30h). Inevitavelmente, as duas partidas terão um clima de amistoso, porque todas as equipes tem situação definida no campeonato. A única motivação poderia ser apenas ganhar para terminar em uma posição melhor, pois o Nacional, o Atlético e o Nacional podem disputar somente a terceira colocação nessa primeiro turno, o que não garante nenhuma vantagem para o turno seguinte. Por conta disso, é bastante provável que todos os times poupem alguns dos seus jogadores titulares, aproveitando, inclusive, para fazer experiências nas equipes, testando jogadores e formações táticas. Com tudo definido, essa também deverá ser a postura dos outros times, que jogarão a última rodada em clima de amistoso, pensando mais na segundo turno que começará já no próximo final de semana.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Torcedor do Auto Esporte, compareça a Graça. Ajude o Clube do Povo a vencer o Cruzeiro e afastar de vez o perigo do rebaixamento.



Logo mais a tarde o Auto Esporte receberá o Cruzeiro (Itaporanga) na Graça (16h), em jogo válido pela 13° rodada do Campeonato Paraibano. A partida é decisiva para ambas as equipes, pois trata-se de um confronto direto contra o rebaixamento. Com 12 pontos, o Clube do Povo depende só de si para continuar no torneio, pois precisa somente de uma vitória simples para afastar de vez qualquer qualquer perigo de cair para a segunda divisão do estadual. Na lanterna da competição com apenas 7 pontos, o time de Itaporanga tem uma tarefa bem mais difícil para escapar da degola, já que necessita vencer os dois jogos que restam do turno e ainda torcer contra o Auto Esporte na última rodada. O outro time que briga contra o descenso é o Paraíba (Cajazeiras), que com 8 pontos precisa vencer os jogos que lhe restam e torcer contra o alvirrubro pessoense.
O time da capital, portanto, não pode vacilar hoje a tarde, pois o fantasma do rebaixamento ainda não foi definitivamente exorcizado. É obrigação do Auto Esporte se impor diante do lanterna da competição, que além de ter menos tradição tomou a maior goleada do campeonato na última rodada, quando perdeu por 9 x 2 do Botafogo - PB. Caso não vença, o Clube do Povo pode se complicar, porque enfrentará um Botauto  na última rodada, o clássico contra o Belo, seu maior rival, que é líder do campeonato. O alvirrubro da capital pode também escapar com um empate, mas nesse caso dependerá de uma vitória do Botafogo - PB contra o Paraíba, que jogam também hoje a tarde no mesmo horário em Cajazeiras (estádio Perpetão). É muito arriscado! O melhor resultado mesmo é a vitória, que garante a permanência sem precisar fazer contas. Por isso o jogo de logo mais é fundamental. Torcedor do Auto Esporte, compareça!!! Nesse domingo, o Clube do Povo precisa muito do seu apoio na Graça.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Na toca do Leão Cearense, Campinense tentará quebrar tabus históricos para avançar a final da Copa do Nordeste. Confira o histórico de confronto entre as duas equipes.



No outro jogo das semifinais da Copa do Nordeste o Fortaleza enfrentará o Campinense, em mais um confronto inédito, já que as duas equipes nunca se confrontaram antes por essa competição regional. A primeira partida ocorrerá no Castelão (24 fev., 18:30h), enquanto o jogo de volta acontecerá no Amigão (03 fev., 16h). Até o momento, as equipes fizeram um total de 8 partidas oficiais, sendo todos os jogos válidos por competições nacionais. Historicamente, o time cearense leva ampla vantagem no confronto, pois nunca perdeu para o Campinense: são 5 vitórias e 3 empates. Jogando em casa, o Fortaleza fez 3 jogos, vencendo duas partidas e empatando uma. Em 1980 ganhou por 2 x 0 pela fase de grupo da Série B do Brasileiro de 1992, já em 2009 venceu por 3 x 0, novamente pela Série B do campeonato nacional. Em 2011 empatou por 1 x 1, em jogo válido pela Série C do Brasileiro. Fora de casa, o Leão cearense conquistou 3 vitórias e 2 empates: pela Série B do Brasileiro de 1982, 1992 e 2009 derrotou o time do Campinense, respectivamente, por 3 x 1, 2 x 0 e 4 x 2. Os dois empates fora dos seus domínios foram por 1 x 1, jogando pela Taça de Prata de 1980 (Série B do Brasileiro) e Série C do campeonato nacional de 2011. Apesar da ampla vantagem nos números para o Fortaleza, o jogo promete ser bastante equilibrado, pois o Campinense vem fazendo uma ótima campanha no torneio regional. Da mesma forma que na outra partida, parte da imprensa e dos torcedores do Leão, ansiosos para ver o clássico rei na grande final (Fortaleza x Ceará), colocam o time cearense como favorito. No entanto, a última partida que a Raposa fez contra o Sport na Ilha do Retiro credenciam o time paraibano para disputar em pé de igualdade uma vaga na decisão da competição.
Vale lembrar, ainda, que a rivalidade entre os dois times cresceu bastante desde 2011, quando as equipes disputaram a permanência na Série C do Brasileiro. Na época, pela última rodada do grupo B, jogaram Campinense x Guarani de Sobral, em Capina Grande, e Fortaleza x CRB, na capital cearense. Para não ser rebaixado, o Leão cearense precisava golear o time alagoano, que já estava classificado e jogou àquela partida somente para cumprir tabela. O Campinense, por sua vez, precisava vencer por qualquer placar e torcer para o rival cearense não vencer por goleada. O time paraibano ganhou por 1 x 0, enquanto o Fortaleza, em uma partida polêmica, fez 4 x 0 no CRB, conseguindo fazer todos os gols de que precisava nos minutos finais da partida. Na época foram divulgadas várias imagens que mostravam os jogadores dos times cearense e alagoano em atitude suspeita, que sugeriam uma manipulação no resultado da partida. Carlinhos Bala, que jogava no Fortaleza nesse período, foi flagrado, por meio de imagens e captação de áudio, falando e gesticulando para os jogadores do CRB, informando-os que o cheque já estava pronto. O Campinense acusou o time alagoano de ter entregado o jogo para o Leão cearense em troca de dinheiro. O caso foi parar na justiça desportiva, mas, como sempre acontece no Brasil, não deu em nada e o time paraibano acabou sendo rebaixado para a Série D do Brasileiro. Por tudo isso, o jogo promete! O Fortaleza tentará fazer valer a vantagem histórica que tem nos confrontos diretos, enquanto o Campinense precisará quebrar mais alguns tabus, como vem fazendo na competição, para avançar para a tão sonhada e inédita final da Copa do Nordeste.

Asa e Ceará abrem disputas pelas semifinais da Copa do Nordeste. Confira o que os números nos dizem sobre a história desse confronto.



A Copa do Nordeste finalmente chegou a sua fase semifinal com dois times do Ceará, um da Paraíba e um de Alagoas. O primeiro confronto será entre Asa e Ceará, que no jogo de ida se enfrentarão no Estádio Municipal de Arapiraca (24 fev., 16h), sendo que a partida decisiva ocorrerá no novo Castelão, na capital cearense (03 fev., 18:30h). Em jogos oficiais, não são muitos os confrontos entre as duas equipes, que fizeram um total de 3 jogos, com uma pequena vantagem para o Ceará, que tem 2 vitórias contra 1 do Asa. Todas essas partidas foram disputadas em competições nacionais, o que faz com que esse confronto pela Copa do Nordeste seja inédito. As duas vitórias do time cearense foram conquistadas em casa, sendo uma pela fase de grupo pelo Brasileirão de 1979, uma goleada por 5 x 0, e outra pela Série B do Brasileiro de 2012, com um placar apertado, 3 x 2 para o vozão. A única vitória do time alagoano foi no 2° turno dessa mesma Série B, quando derrotou o Ceará por 3 x 0 jogando em casa. Nenhuma das duas equipes, portanto, venceu fora de seus domínios, e esse é o tabu que poderá ser quebrado nesse confronto. Os números e o desempenho dos dois times na competição mostram que o duelo será equilibrado, apesar dos muitos prognósticos contrários de parte da imprensa e dos torcedores cearenses. Nessa temporada, a equipe do Asa, que vem se destacando nos últimos anos no cenário nacional, jogará novamente a Série B do Brasileiro, onde enfrentará novamente o Ceará, que também disputará a segunda divisão do campeonato nacional, já que não conseguiu acesso para a Séria A no ano passado. Por todos esses aspectos, que envolvem os números, o momento das equipes e a posição que ambas ocupam no cenário nacional, a partida promete ser muito disputada e equilibrada, por isso não considero nenhuma das equipes favoritas para conquistar uma vaga na grande final.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Treze junta-se ao Botafogo - PB e garante vaga antecipada as finais. Confira os resultados da 12° rodada do Campeonato Paraibano.



Depois de empatar com o Treze no último domingo, o Botafogo - PB venceu o Cruzeiro na última quarta-feira a noite na Graça, em jogo válido pela 12° rodada do Campeonato Paraibano. O Belo simplesmente massacrou o time de Itaporanga marcando 9 x 2, maior goleada até então do torneio. Com esse resultado, o time da capital se manteve na liderança da competição, chegando agora aos 30 pontos, continuando ainda com 4 pontos de vantagem em relação ao Treze, que derrotou o Auto Esporte no Presidente Vargas nessa quinta-feira, por 2 x 0. Já Classificado, o Botafogo - PB enfrentará o Paraíba, que também está na zona de rebaixamento, no próximo domingo em Cajazeiras, no estádio Perpetão. O Cruzeiro, por sua vez, permanecerá em João Pessoa, já que, também nesse próximo domingo, medirá forças com o Auto Esporte no estádio da Graça, em jogo decisivo para ambas as equipes que lutam contra o rebaixamento. Fechando a 12° rodada, o CSP venceu o Atlético (Cajazeiras) por 1 x 0, na Graça, enquanto o Nacional (Patos) empatou com o Paraíba por 1 x 1, no José Cavalcanti (ambas as partidas também realizadas nessa quinta-feira).
Com esses resultados, o vice-líder Treze também garantiu sua classificação com antecedência, e junto com o Botafogo - PB, que já havia se classificado desde a rodada passada, tem vaga assegurada para disputar as finais do campeonato. Dono da melhor campanha, o Belo está invicto até o momento com 9 vitórias e 3 empates. Com 83,3% de aproveitamento dos pontos disputados, o time da capital tem ainda o melhor ataque da competição (32 gols marcados) e a segunda melhor defesa (10 gols sofridos). O Galo tem a segunda melhor campanha com 8 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Com um aproveitamento de 72,2%, o time de Campina Grande tem a melhor defesa (tomou 9 gols) e o segundo o melhor ataque (marcou, junto com o CSP, 27 gols). No segundo turno Campinense e Sousa entrarão no campeonato. O dinossauro mudou de técnico e reformulou boa parte do elenco depois da péssima participação na Copa do Nordeste, por isso é difícil fazer qualquer prognóstico quanto a sua participação. O Campinense, no entanto, faz ótima campanha no torneio regional, onde é semifinalista, por isso promete brigar pelo título a partir do segundo turno. A pergunta então é: com a entrada do Campinense na disputa do estadual, Botafogo - PB e Treze continuarão sobrando no campeonato? Veremos o que vai acontecer nesse segundo turno que promete.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O gato de Zé das Medalhas: presidente da CBF é flagrado roubando energia elétrica do seu vizinho.

Nessa última segunda-feira, o respeitado jornalista Juca Kfouri revelou em primeira mão no seu blog que o presidente da CBF, José Maria Marin, foi flagrado roubando energia elétrica pelo seu vizinho, que desconfiou do alto valor da sua conta e pediu uma verificação no seu medidor. A empresa responsável pelo fornecimento do serviço constatou, então, que o dito vizinho pagava a sua conta e a do presidente da CBF, que criava um gatinho em casa alimentado pelo cidadão que morava ao seu lado. Essa não é a primeira vez que José Maria Marin é surpreendido em situação vexatória. Durante a premiação da Copa São Paulo de Futebol Junior de 2012, na época vencida pelo Corinthians, ele foi flagrado roubando uma das medalhas que deveriam ser entregues aos jogadores campeões. Esse episódio ocorreu um pouco antes dele assumir a presidência da CBF, após a renuncia do não menos cambalacheiro Ricardo Teixeira. O vídeo postado abaixo mostra claramente José Maria Marin embolsando a medalha que deveria ser entregue ao goleiro do Corinthians, que na época ficou sem a medalha por um tempo, tendo-a recebido somente quando a Federação Paulista de Futebol, diante da repercussão, colocou panos mornos na situação oferecendo uma outra medalha ao atleta.

José Maria Marin embolsando medalha na cerimônia de premiação
 da Copa São Paulo de Futebol Junior de 2012.

Além disso, o passado político do mandatário da CBF também não é nada honroso. Como deputado e governador pelo estado de São Paulo, Marin manteve-se ligado aos que sustentaram a Ditadura Militar no Brasil. Como político fez discursos em favor de torturadores como Sérgio Fleury, não deixando de apoiar os movimentos de repressão que levaram a torturas, desaparecimentos e mortes. Novamente faço referência ao combativo Juca Kfouri, que em seu blog mostra como o deputado José Maria Marin, em discurso pronunciado em 1976, pede veementemente "providências contra o setor de jornalismo da TV Cultura (SP), na época dirigida por Vladimir Herzog". É realmente inacreditável e inaceitável verificar que o futebol brasileiro está nas mãos desse senhor, que com suas ações no passado e no presente demonstrou não ter a mínima condição moral de administrar qualquer instituição. O pior de tudo é saber que uma figura como essa ainda  faz parte do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo do Brasil, que recebe e administra, inclusive, dinheiro público. Por incrível que isso possa parecer, Marin poderá abrir a Copa, talvez até dando o pontapé inicial, que mostrará ao mundo todo a verdadeira cara do Brasil.
Deixo o endereço do blog do jornalista Juca Kfouri, que publicou uma postagem com essa informação, para quem quiser ler na integra sua publicação: http://blogdojuca.uol.com.br/page/2/. Faço questão ainda de pedir a colaboração de todos para assinar um abaixo assinado peticionado por Igor Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, que reivindica a saída de José Maria Marin do comando da CBF. Para assinar o documento acesse: http://www.avaaz.org/po/petition/Jose_Maria_Marin_Fora_da_CPF/?launch. Por favor, assinem e divulguem.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Na Graça Auto Esporte dá sinais de vida! Derrotou o CSP e se afastou da zona da degola.

No tradicional estádio da Graça, o Auto Esporte venceu o CSP por 2 tentos a 1 nessa última segunda-feira, em jogo válido pela 11º rodada do Campeonato Paraibano. A vitória permitiu ao Clube do Povo abrir 5 pontos de vantagem em relação aos times do Paraíba (Cajazeiras) e Cruzeiro (Itaporanga), que ocupam a zona de rebaixamento, ambos com apenas 7 pontos ganhos. Esse resultado manteve o Macaco Autino na sexta colocação do campeonato com 12 pontos, deixando o time um pouco mais distante da temida e indesejada degola. Muitas matérias na imprensa local afirmaram que com esse resultado o Auto Esporte ajudou o seu arquirrival Botafogo - PB, pois sua vitória sobre o CSP acabou classificando o Belo antecipadamente para a fase final da competição. Discordo veementemente desse ponto de vista, pois acho que o alvirrubro ajudou a si mesmo. Se o Botafogo - PB conseguiu se classificar com antecedência, os méritos são seus, não do Auto Esporte, que jogou por ele mesmo, não pelo seu rival.
Quanto a partida disputada contra o Tigre, podemos dizer que as equipes fizeram uma partida movimentada na primeira etapa, o que fez com que várias oportunidades de gol fossem criadas. Até chegar ao segundo gol, na casa dos 30 minutos, o Auto Esporte jogou melhor do que o CSP, pois teve uma postura ofensiva, tocou bem a bola e pressionou o adversário desde os primeiros minutos. O destaque do primeiro tempo foi o estreante da noite, o atacante Fernando Sá, que marcou os dois gols do clube automobilista, deixando a torcida encantada e esperançosa com a sua atuação. Com o placar desfavorável, o técnico do CSP, Ramiro Sousa, promoveu mudanças e lançou o seu time ao ataque, conseguindo acertar uma bola no travessão com uma falta cobrada pelo meia Tazinho, que tinha entrado na partida a pouco tempo. Na segunda etapa o jogo piorou bastante, ficando muito fraco tecnicamente. O Clube do Povo voltou com uma postura defensiva totalmente diferente da etapa inicial, limitando-se a dar chutões e abdicando da posse de bola. Preocupado apenas em segurar o resultado, o alvirrubro não conseguiu armar nenhum contra-ataque, o que fez com que Fernando Sá, destaque no primeiro tempo, pouco aparecesse na partida.O CSP, por sua vez, errou bastante e não transformou sua grande posse da bola em muitas oportunidades claras de gol. Com as mudanças promovidas pelo técnico e a insistência da equipe, o Tigre conseguiu descontar já no final da etapa complementar, o que não foi suficiente para impedir a derrota.

O estreante da noite, Fernando Sá, marcou duas vezes 
e ajudou o Auto Esporte a bater o CSP por 2 a 1
(Foto: Richardson Gray/ globoesporte.com/pb)

O resultado foi importante para o clube automobilista, isso não se discuti, mas o time ainda apresenta muitos problemas coletivos e individuais. São muitos os erros de passe, a marcação é frouxa e as jogadas trabalhadas e ensaidas praticamente não existem. O pior jogador do time na partida foi, sem dúvida, o jovem goleiro Robson, que só não comprometeu o resultado porque contou com muita sorte. Em lances capitais, ele mostrou-se inseguro, saindo mal do gol e pulando atrasado nas bolas chutadas na sua meta. No escanteio que resultou no gol do CSP houve falhas não apenas do sistema defensivo, mas também de Robson, que saiu mal em uma bola na pequena área. Sem experiência, o goleiro permitiu que o atacante do Tigre fizesse uma barreira na sua frente, impedido-o de sair para tirar a bola. Alguém precisa dizer o seguinte a esse garoto: "goleiro, em uma lance como esse você precisa empurrar o atacante, precisar saltar dando um soco na bola e na cabeça de quem tiver na frente, afinal, bola na pequena é do arqueiro". De toda forma, valeu pelo empenho dos jogadores, que mostraram disposição, garra e muita vontade. De quebra, a vitória do Auto Esporte ainda derrubou uma tabu, pois o Clube do Povo nunca havia ganhado uma partida da jovem equipe do CSP em jogos válidos pela 1° divisão do Campeonato Paraibano
Nas 3  partidas que faltam para o final do 1° turno da competição, o alvirrubro da capital terá a seguinte sequência de jogos: Treze, no Presidente Vargas, em Campina Grande (21 fev., quinta-feira), Cruzeiro e Botafogo - PB, na Graça, respectivamente, no domingo (24 fev.) e quinta-feira (28 fev.). No mais, gostaria apenas de convocar a torcida do Auto Esporte para apoiar o time nos próximos jogos. Sei que "Autinho do Amor" tem muitos torcedores na cidade, que estão apenas adormecidos ou precisando de empurrãozinho para ir ao estádio. Para quem gosta de futebol e torce ou simpatiza com o Auto Esporte, quem gosta de ir a campo assistir e aprecia toda atmosfera que cerca o jogo, recomendo ver os próximos jogos na Graça. Do lado de fora tem churrasco e cerveja sendo vendido pelos ambulantes. Além disso, quase de fronte ao estádio tem um daqueles "botecões" de bairros com cerveja gelada e muita comida pesada. O clima é excelente, principalmente, porque o bairro de Cruz das Armas respira futebol.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Na toca do Leão, Raposa consegue classificação inédita, fazendo Leão rugir mansinho no Recife.

Jogadores comemoram gol que garantiu classificação histórica para o Campinense
(Foto: Antônio Carneiro/ Pernambuco Press)

O Campinense obteve um resultado histórico diante do tradicional Sport nesse sábado (16 fev.), em jogo válido pelas quartas de finais da Copa do Nordeste. A toca do Leão, tomada por 20.000 torcedores pernambucanos, não intimidou a Raposa, que se impôs desde o início da peleja. O primeiro tempo foi praticamente todo dominado pelo time paraibano, que imprimiu o ritmo da partida jogando com a bola no pé, sem dar chutão, mesmo quando tinha que sair da defesa. Sem a bola, o Campinense marcou forte, pressionando seu adversário no campo de defesa, com incrível aplicação e disciplina tática. A postura da Raposa parece ter surpreendido o time pernambucano, que parecia meio atordoado, verdadeiramente descrente, pois esperava um adversário encolhido, jogando no contra-ataque. Impaciente diante da má atuação da sua equipe, a torcida do Sport jogou contra no momento em que começou a vaiar os jogadores do seu próprio time. O meia Hugo e o técnico Vadão, que com essa eliminação pode cair a qualquer momento, foram os principais alvos dos torcedores. O Campinense soube se aproveitar dessa situação jogando de forma madura, com calma e frieza, o que lhe possibilitou transformar o apoio das arquibancadas em pressão para o próprio time da casa. O time paraibano, no entanto, não conseguiu traduzir todo o domínio da primeira etapa em gols. A Raposa era melhor, mas faltava uma presença de área mais efetiva, que confirmasse o seu maior volume de jogo. O Sport, então, foi criando também as suas oportunidades, e em uma cobrança de falta acertou o travessão do goleiro Pantera. Mesmo sem merecer, o rubro-negro pernambucano chegou as redes em uma jogada de contra-ataque, após uma roubada de bola no meio campo. O Campinense não se abateu, nem tampouco se desesperou ou tremeu, continuou jogando de maneira consciente, empatando o jogo com um chute de fora da área de Bismarck.

Gols: Sport 2 x 2 Campinense (Copa do Nordeste 2013).

Na segunda etapa, o rubro-negro paraibano continuou com uma postura agressiva e ofensiva. Nos primeiros 10 minutos criou oportunidades, chegando ao redes em uma jogada bem trabalhada, com toque de bola. O gol foi do atacante Zé Paulo, mas a assistência foi de Bismarck, melhor jogador do time paraibano na partida. Depois da virada, o Sport se lançou desesperadamente ao ataque, o que fez com que o Campinense recuasse e passasse a apostar mais nos contra-ataques. O tempo passava e o desespero tomava conta do time pernambucano que, pressionado pela sua própria torcida, partiu para o abafa, atacando de maneira desorganizada. O juiz da partida, o baiano Jaílson Macedo de Freitas, ainda tentou da uma força ao Leão pernambucano, inventando um pênalti inexistente, marcado pela "imprudência" do jogador paraibano, que deu um carrinho na bola. O empate do dono da casa deu mais emoção ao jogo, tornando os minutos finais eletrizantes e emocionantes. O Sport pressionava, enquanto o Campinense se segurava de todas as maneiras. No final, não deu para o rubro-negro pernambucano! O dia era mesmo de um outro rubro-negro, o rubro-negro paraibano, o primo pobre, que com uma folha de 250 mil reais  conseguiu bater o primo mais abastado, que gasta mais de 1 milhão de reais por mês. O time paraibano está de parabéns! Com essa classificação quebrou um tabu histórico, pois conseguiu classificação inédita e desbancou pela primeira vez o time pernambucano em jogos de mata-mata. É bem verdade que o Campinense continua sem vencer na Ilha do Retiro, mas o empate com gols, jogando melhor, se impondo na toca do Leão, teve o gosto doce da vitória e da vingança sobre as eliminações do passado recente (1999, Nordestão e 2007, Copa do Brasil). Nessa tarde histórica, a Raposa não venceu apenas um jogo, venceu a arrogância de grande parte dos pernambucanos, fazendo o Leão rugir mansinho e fininho dentro dos seus próprios domínios.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Na Ilha do Retiro, Campinense precisará quebrar tabus históricos para avançar na Copa do Nordeste. Confira os confrontos diretos entre as equipes.

Imagem: Site oficial do Sport do Recife.

Depois do empate sem gols com o Sport nessa última quarta-feira, o Campinense viajou já na noite de ontem ao Recife, onde enfrentará o leão pernambucano na tarde de sábado (16 fev., 16h), na Ilha do Retiro. No primeiro jogo, disputado no estádio Amigão (Campina Grande), as duas equipes fizeram uma partida movimentada e bastante disputada. A peleja foi muito corrida, com chances de gol para ambas as partes. O time paraibano acertou a trave do goleiro Magrão, enquanto o time pernambucano quase chegou ao gol com uma bola salva incrivelmente em cima da linha pelo zagueiro do Campinense. Apesar das lamentações e justificativas, tradicionais em todo pós-jogo, o resultado final da partida parece ter agradado aos dois times. É bem verdade que o time e a torcida do rubro-negro pernambucano esperavam uma vitória, por isso foi difícil esconder uma pontinha de frustração depois do apito final. Apesar de lamentar a bola na trave, o rubro-negro paraibano parece ter saído mais confiante da partida, pois, mesmo diante do empate, jogou de igual para igual com o tradicional Sport.
Para a partida de volta, ambas as equipes demonstram confiança na classificação. Muitos jogadores do time pernambucano acreditam que o leão levará vantagem por jogar em casa com o apoio da torcida. Jogando na Ilha do Retiro, o Sport não perdeu nenhuma partida na competição, ganhando os 3 jogos que disputou em seus domínios, o que deixa a equipe e a imprensa pernambucana muito segura da classificação. Já o time paraibano vai para esse segundo confronto como franco atirador, pois a responsabilidade do rubro-negro de Pernambuco é infinitamente maior. O técnico do Campinense sabe disso, como bem demonstrou em entrevistas, por isso espera encontrar bastante espaço para jogar no contra-ataque. A raposa mostra-se confiante e mantém as esperanças na classificação. Tanto o time quanto a torcida acreditam que é possível avançar no campeonato, mesmo jogando na Ilha do Retiro, onde enfrentará uma forte pressão da torcida adversária.
Considerando os jogos oficiais, esse será o décima segunda partida entre as duas equipes. Na história dos confrontos é possível observar uma pequena vantagem para os pernambucanos, pois em 11 jogos disputados foram 7 empates, 3 vitórias do Sport e 1 do Campinense. As primeiras pelejas entre as equipes ocorreram na extinta Taça Brasil de 1962, quando decidiram uma vaga para jogar com o fantástico Santos de Pelé, na fase semi-final da competição nacional. No primeiro jogo, no saudoso estádio Plínio Lemos (Campina Grande), os times não saíram do 0 x 0, enquanto na segunda partida, na Ilha do Retiro, o time pernambucano venceu por 2 x 0, eliminando a raposa. Na década de 70 ambas as equipes voltaram a se enfrentar em campeonatos nacionais. Em dois jogos disputados no estádio Amigão foram dois empates pela 1° fase do Campeonato Brasileiro: 1 x 1 em 1975, 0 x 0 em 1978. Nos anos 80 mais dois jogos: em 1980 novo empate por 0 x 0 na Ilha do Retiro, em partida válida pela Taça de Prata (equivalente a série B do Brasileiro), já em 1981 vitória do Campinense, que goleou o Sport por 4 x 1 no Amigão.
Na década de 90 as equipes se enfrentaram pela Copa do Nordeste (1999) em duas partidas pela fase de grupo da competição regional: empate por 1 x 1 em Campina Grande e vitória do time pernambucano, 3 x 0 jogando em casa. Em 2007 novo confronto, mas dessa vez pelo mata-mata da Copa do Brasil. Coincidentemente, os placares foram exatamente os mesmos dos dois últimos jogos: no primeiro jogo, 1 x 1 no Amigão, no segundo 3 x 0 para o Sport, que eliminou o Campinense jogando em casa. A última partida entre as equipes foi justamente o confronto que terminou 0 x 0, em jogo válido pelo Nordestão 2013. Como bem podemos observar, o time paraibano terá que se superar para avançar na competição, pois nunca venceu o time pernambucano jogando fora de casa. Jogando na Ilha do Retiro, o melhor resultado obtido pela raposa foi um empate por 0 x 0, em 1980, há aproximadamente 33 anos. Se esse placar voltar a se repetir amanhã, Campinense e Sport decidirão nos pênaltis a vaga para as semi-finais. Para se classificar, o time paraibano precisa empatar com gols ou vencer a partida. Logo mais veremos se essas estatísticas entrarão em campo, ou se o Campinense quebrará tabus históricos, reescrevendo os números que contam a história desse confronto.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Copa do Nordeste chega no mata-mata. Confira as estatísticas e os números dos confrontos decisivos.

Confrontos pelas quartas de finais da Copa do Nordeste 2013.

Na noite dessa quarta-feira, os times classificados para as quartas de finais da Copa do Nordeste iniciarão a fase mata-mata da competição. Analisando os confrontos, não é difícil perceber que muitos times tradicionais da região alcançaram essa etapa do campeonato, tais como Sport, Santa Cruz, Ceará, Fortaleza, Vitória e ABC. As disputas pelas vagas nas semi-finais começarão com Asa e ABC, que se enfrentarão primeiro em Arapiraca (13 fev., 19:15hs), decidindo depois a classificação no Frasqueirão (16 fev., 18:30hs). Dono de 7 títulos estaduais nas Alagoas, o Asa faz apenas a sua segunda participação na Copa do Nordeste, e tenta melhorar o 14° lugar obtido em 1994. Com 52 títulos potiguares, maior campeão estadual dentre todos os clubes brasileiros, o ABC disputou todas as edições dessa competição, totalizando 11 participações, das quais conseguiu um vice-campeonato em 2010. Considerando os jogos oficiais, ambas as equipes fizeram um total de 6 jogos, com 3 empates, 3 vitórias do time alagoano e nenhuma do time potiguar, que precisará quebrar um tabu histórico para avançar a próxima fase. Esse será o primeiro confronto entre os dois times pela Copa do Nordeste, pois os encontros anteriores aconteceram nos campeonatos nacionais da série A (1979) e B (1981, 2011 e 2012).
Um pouco mais tarde (21:15hs), Fortaleza e Santa Cruz farão um dos clássico da região e medirão forças no estádio Presidente Vargas, iniciando o primeiro tempo de uma decisão que só será concluída em Recife, no estádio Arruda (17 fev., 16:00hs). Segundo maior campeão do seu estado (39 títulos estaduais), o Fortaleza disputou por 6 vezes essa competição regional, sendo sua melhor colocação um 4° lugar conseguido na temporada de 2001. O Santa Cruz, que também é o segundo maior campeão do seu estado (26 canecos estaduais), joga pela oitava vez a Copa do Nordeste. Coincidentemente, seu melhor resultado também foi um 4° lugar, obtidos nos torneios de 1998 e 2002. Nos confrontos diretos, o time cearense leva vantagem, pois, em 27 jogos oficiais disputados por competições nacionais e regionais, venceu 12, empatou 7 e perdeu 8 partidas para a cobra-coral pernambucana. Esse será o quarto encontro entre ambas as equipes pelo torneio regional nordestino. Nos encontros anteriores, o Fortaleza construiu uma pequena vantagem, já que em 3 jogos ganhou 2 (2001 e 2002) e empatou 1 (2010). Para seguir em frente na competição, o time pernambucano terá que quebrar essa escrita, pois tem que sair vencedor de pelo menos um dos confrontos contra o seu adversário.
Na mesma hora (21:15hs) o Campinense, detentor de 18 títulos estaduais, segundo maior vencedor na Paraíba, receberá o Sport, maior vencedor em Pernambuco (39 estaduais), para jogar a primeira partida do mata-mata no estádio Amigão (Campina Grande). O jogo da volta está marcado para esse sábado (16 fev., 16:00hs), na Ilha do Retiro, na capital pernambucana. Essa é apenas a segunda participação do clube paraibano na Copa do Nordeste, que na sua única participação em 1999 alcançou apenas um modesto 14° lugar. O Sport, por sua vez, é bicampeão do torneio regional, completando, nessa edição de 2013, sua nona participação na competição. Os dois times já se enfrentaram na fase de grupo da Copa do Nordeste de 1999: 1 x 1, em Campina Grande, 3 x 0 para o time pernambucano em Recife. Considerando o histórico dos confrontos diretos, constatamos que ambas as equipes disputaram um total de 10 partidas, somado os jogos de competições regionais e nacionais. Os números mostram uma pequena vantagem para o Sport, que  venceu 3 partidas, empatou 6 e perdeu 1 para o Campinense. O time paraibano, no entanto, nunca perdeu em casa do seu adversário, mas em compensação também nunca o derrotou em seus domínios no Recife.
Ceará e Vitória fecham os jogos de ida das quartas de finais com mais um grande clássico regional. O primeiro confronto ocorrerá nessa quinta-feira (14 fev., 21:15hs) no estádio Presidente Vargas, na capital cearense, enquanto a partida de volta está marcada para o domingo (17 fev., 16:00hs) no Barradão, em Salvador. Com 41 títulos estaduais, marca que lhe coloca como o maior vencedor do seu estado, o Ceará participa pela nona vez da Copa do Nordeste, sendo sua melhor colocação um 4° lugar conseguido em 1997. Segundo maior detentor de estaduais na Bahia (26 canecos), o Vitória disputou todas as edições desse torneio regional (11 participações), tornando-se pentacampeão, o que lhe garante o status de maior campeão da competição. Considerando apenas os jogos oficiais, ambas as equipes já se enfrentaram 19 vezes, em jogos válidos por competições nacionais e regionais. Os números mostram uma pequena vantagem para o time baiano, que contabilizou, ao longo desses confrontos, 7 vitórias, 7 empates e 5 derrotas. Na Copa do Nordeste, Ceará e Vitória já mediram forças em 4 jogos, que terminaram com 3 empates e 1 vitória para o time baiano, que nunca perdeu para o vozão cearense nessa competição.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Futebol, carnaval e cultura brasileira: o desfile da Estácio de Sá homenageando o Flamengo em 1995.

Não restam dúvidas de que carnaval e futebol são duas das maiores paixões da grande maioria do povo brasileiro. Manifestações culturais típicas do nosso país, fruto da espontaneidade e autenticidade das massas, essas paixões foram por muito tempo as únicas referências do Brasil no mundo. Muitos sentiam-se envergonhados ou mesmo revoltados por nascerem e viverem em um país que destacava-se no mundo "somente pelo futebol e carnaval". Concordo apenas em parte com esse sentimento. O Brasil é um país enorme, riquíssimo em bens materiais e imateriais, com potencial para se destacar em outros setores como  economia, educação e desenvolvimento social, por isso, acho legítimo esse sentimento. Discordo, no entanto, do pouco valor atribuído a essas manifestações culturais, tratadas com desdém quando acompanhadas do adjetivo "só", como se o carnaval e o futebol não fossem, por si "sós", manifestações legítimas, dignas de representar o Brasil no exterior.
Penso que essa valoração negativa relaciona-se com alguns dos aspectos ligados a nossa identidade, bem como com os preconceitos alimentados sobre a cultura popular. De fato, para uma certa inteligência brasileira ainda hoje é muito difícil aceitar que o reconhecimento do Brasil no exterior se apresente somente através do samba, carnaval e futebol, manifestações culturais que escapam completamente do ideal de civilização, idealmente representada na figura do branco europeu. Nesse sentido, entendo que o processo de valorização dessas manifestações está relacionada a aceitação de nossa identidade, que só será verdadeiramente assumida quando reconhecermos a cultura popular brasileira como elemento legítimo e autêntico do ser brasileiro.
No que se refere a isso, podemos perceber que alguns atentaram para a importância dessas manifestações, conseguindo perceber a relação que o futebol guarda com a cultura brasileira, principalmente, nos  aspectos relacionados aos seus elementos étnicos, musicais e festivos. Gilberto Freyre, por exemplo, em prefácio referente ao clássico escrito por Mário Filho (O Negro no Futebol Brasileiro), afirma que no estilo brasileiro de jogar futebol estão presentes um pouco de samba e frevo, um pouco de molecagem baiana e até um pouco de capoeiragem pernambucana ou malandragem carioca. Nelson Rodrigues, por sua vez, em uma de suas memoráveis crônicas, expressa bem essa relação do jogo com a dança e a música, quando diz que em uma simples ginga de Didi, há toda uma nostalgia de gafieiras eternas.
As ligações intrínsecas entre essas duas manifestações culturais podem ser observadas também nos estádios: nas arquibancadas, os instrumentos musicais embalam os ritmos e cantos das torcidas, que invariavelmente entoam refrões de marchinhas ou sambas, enquanto no campo é comum os atletas comemorarem seus gols com passos que remetem a alegria da dança. Muitos atletas frequentam os sambódromos e se vêem como verdadeiros sambistas, enquanto muitos músicos juram que poderiam ser excelentes jogadores de futebol. Pensando nessa relação, resolvi postar um vídeo para quem já está com saudades do carnaval. Relembraremos o desfile da Estácio de Sá, escola de samba do Rio de Janeiro, que no ano de 1995 defendeu o samba-enredo intitulado "Uma vez Flamengo", homenageando o centenário do time carioca, um dos clubes mais populares do Brasil. Com o apoio financeiro do clube Gávea, e sob a supervisão do carnavalesco Mário Borriello, a Estácio de Sá obteve a sétima colocação no grupo especial do carnaval de 1995.

Flamengo (1995). Na foto é possível identificar jogadores como Ronaldão, 
Marquinhos, Djair, Edmundo, Sávio e Romário.


Chamo atenção para como as fantasias, os adereços, as alegorias e a letra do samba foram utilizados para contar a história do Flamengo. Destaque também para alguns passistas famosos que participaram do desfile, tais como Romário e Vanderlei Luxemburgo, contratados para formar aquilo que seria o melhor time do Brasil e do mundo na época. O baixinho vinha de um ano espetacular, pois tinha sido campeão mundial levando a seleção brasileira nas costas em 1994. Luxemburgo, por sua vez, também havia se destacado em anos anteriores, sendo bicampeão brasileiro em 1993-1994, no comando técnico do memorável Palmeiras. Como se não bastasse, o Flamengo contava ainda no seu elenco com jogadores como Edmundo e Sávio, o que fez com que sua linha de frente recebesse, por parte da imprensa e da torcida, a denominação de melhor ataque do mundo.
Em campo, no entanto, as expectativas criadas sobre o time não se confirmaram, como bem demonstram os resultados obtidos pelo Flamengo em 1995. De todos os campeonatos disputados, a única "conquista" foi uma Taça Guanabara, que representou muito pouco diante dos investimentos feitos pelo clube. O Campeonato Carioca foi ganho pelo Fluminense, em uma final com Fla-Flu histórico, definido com um gol de barriga de Renato Gaúcho. No Campeonato Brasileiro, vencido pelo Botafogo (RJ), o time da Gávea obteve apenas a vigésima primeira colocação, enquanto na Copa do Brasil chegou a fase semi-final, oportunidade em que foi eliminado pelo Grêmio, que acabou sendo derrotado na final pelo Corinthians, mas, em compensação, sagrou-se campeão da Libertadores. As frustrações flamenguistas completaram-se ainda com o vice-campeonato da Supercopa da Libertadores, perdida para o Independiente (ARG) em dois jogos de mata-mata. Outros times como Vasco, Fluminense, América (RJ), Corinthians, Internacional (RS), Grêmio e Coritiba, somente para citar os casos mais conhecidos, também foram temas nos desfiles de escolas de samba, sendo muitos igualmente homenageados pelos seus centenários. Mas esses desfiles são temas para outras postagens. Boa quarta-feira de cinza a todos!

Para relembrar: desfile da Estácio de Sá (1995), samba-enredo "Uma vez Flamengo".

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Após goleada na última rodada e má campanha na Copa do Nordeste, Sousa demite treinador e dispensa jogadores.

Após péssima campanha no Nordestão, Sousa inicia reestruturação para Campeonato Paraibano
(Foto: Felipe Martins/ globoesporte.com).

A humilhante derrota sofrida pelo Sousa (PB), goleado por 6 x 1 pelo Sport (PE) na Ilha do Retiro (Recife), nessa última quarta-feira, pôs um fim na péssima campanha do time paraibano. Dono da segunda pior campanha da competição, o dinossauro do sertão somou apenas 2 pontos em 6 jogos, ficando apenas na frente do Feirense (BA), que terminou como o pior time do campeonato, com apenas 1 ponto somado em toda a primeira fase. Do total de jogos que disputou, o Sousa conseguiu apenas 2 empates (2 x 2 com o Sport, em casa, 1 x 1 com o Confiança, fora de casa), sofrendo 4 derrotas e não conseguindo nenhuma vitória, encerrando sua participação com apenas 11 % de aproveitamento. O time paraibano sofreu ainda 14 gols, marcando apenas 4, o que fez com que terminasse a competição com um saldo de 10 gols negativos.
Na despedida do torneio, o Sousa chegou a fazer um primeiro tempo razoável, suportando os ataques do Sport e conseguindo contra-atacar esporadicamente o seu adversário. Os sinais de que o time jogava certinho vinham da própria arquibancada da Ilha do Retiro, com a impaciência da torcida do leão pernambucano que chegou a vaiar seu time no final do primeiro tempo. O gol nos acréscimos, marcado pelo experiente Marcos Aurélio, interrompeu as vaias da torcida e deu tranquilidade ao time pernambucano, que voltou para a segunda etapa mais tranquilo, bem diferente do Sousa que retornou inseguro e intranquilo. Nessas condições, o Sport literalmente passeou em campo durante a etapa final, fazendo um gol atrás do outro e deixando a situação cada vez pior para o dinossauro do sertão, que conseguiu apenas fazer um golzinho de honra, despedindo-se sem nenhuma vitória da Copa do Nordeste, competição que participou pela primeira vez na sua história.

Má campanha no Nordestão leva a demissão Reginaldo Sousa
(Foto: Felipe Martins/ globoesporte.com).

A má campanha no campeonato regional acabou causando a demissão do técnico Reginaldo Sousa. Junto com o comandante da equipe, a diretoria do Sousa dispensou ainda 4 jogadores nessa sexta-feira: Marcelo Silva (goleiro), Talysson (meia), Jessuí e Michel (atacantes). O gerente de futebol do clube, Rafael Abrantes, afirmou que outras dispensas deverão acontecer nos próximos dias. Já no final da tarde de hoje, a diretoria do Sousa informou que conversou com um novo técnico, cujo nome não foi revelado, que dará uma resposta a proposta do clube nessa segunda-feira de carnaval. A ideia da direção do dinossauro é fazer uma restruturação na equipe, dispensando os atletas que não corresponderam na Copa do Nordeste, ao mesmo tempo em que apostam na montagem de um outro time para disputar o Campeonato Paraibano, já a partir da sua segunda fase. Quanto ao Nordestão, acho que o Sousa deve levar em consideração o fato de que essa foi sua primeira participação. Como tal, entendo que o time deve tirar lições dessa experiência de jogar uma competição nova. Lições essas que deverão não ser esquecidas em uma outra oportunidade.

Traumas do passado: Campinense acusa CRB de entregar jogo para o Santa Cruz na última rodada da Copa do Nordeste.



O gol da vitória do Santa Cruz (PE) contra o CRB (AL), nessa última quarta-feira, pela última rodada da primeira fase da Copa do Nordeste, causou desconfiança no clube e na torcida do Campinense (PB). Logo após a partida contra o Feirense (BA), integrantes da diretoria e comissão técnica do time paraibano colocaram o resultado da partida sob suspeita, chegando, inclusive, a acusar o time do CRB de entregar o jogo para o time pernambucano. A peleja, disputada no Estádio Rei Pelé, em Maceió, foi marcada pelas confusões e tumultos nas arquibancadas, com brigas envolvendo os torcedores dos times alagoano e pernambucano. Esse enfrentamento entre as duas torcidas deixou alguns feridos, que precisaram receber atendimentos médicos no estádio, sendo os casos mais graves conduzidos para o hospital na ambulância.
Diante desses incidentes, o árbitro da partida paralisou o jogo por 10 minutos, tempo necessário para a chegada de uma nova ambulância ao estádio. Com essa paralisação, a partida entre CRB e Santa Cruz, que havia começado no mesmo horário do jogo do Campinense, acabou terminando alguns minutos depois, causando desconfiança e revolta no time paraibano. O gol da cobra-coral pernambucana, marcado aos 40 minutos da etapa final, quando já havia acabado a partida em Campina Grande, trouxe a tona tudo o que aconteceu em 2011, na série C do Campeonato Brasileiro, no jogo entre Fortaleza e CRB, que terminou com uma polêmica vitória do time cearense, resultado que decretou o rebaixamento da raposa para a série D do Brasileirão.
Naquela oportunidade, o leão da capital cearense precisava golear o time alagoano para não ser rebaixado, já que o Campinense, seu adversário direto na luta contra o descenso, ganhava sua partida no Estádio Amigão. Para desconfiança de todos os raposeiros, essa goleada só começou a ser construída nos minutos finais, quando a partida do time paraibano já havia terminado, justamente como ocorrerá agora na Copa do Nordeste. Nesse episódio, as suspeitas de manipulação de resultado ganharam ainda mais força, pois uma série de imagens flagraram atitudes, comportamento, gestos e palavras suspeitas por parte dos jogadores do Fortaleza e CRB. Carlinhos Bala, na época jogador do Fortaleza, chegou a ser flagrado dizendo que "o cheque estava pronto", ao mesmo tempo em que gesticulava com as mão para os jogadores do CRB, como se estivesse assinando um cheque.
Entendo que esse jogo de 2011 foi muito mais suspeito do que esse último realizado com o Santa Cruz pela Copa do Nordeste, pois existem indícios, e mesmos provas contundentes, de manipulação de resultado por meio de oferecimento de dinheiro para os jogadores do CRB, que já estava classificado quando jogaram contra o Fortaleza. Não vi, pelo menos até o momento, indícios ou provas tão contundentes, que coloquem o jogo realizado nessa última quarta-feira no mesmo patamar de suspeita do que o ocorreu em 2011. As acusações do Campinense são graves, mas será que dessa vez existem provas ou mesmo indícios suficientes para respaldar essas suspeitas?
Acho que não, pois o atraso na partida ocorreu por conta das brigas nas arquibancadas, já os gols marcados durante o jogo, e mesmo o comportamento do time alagoano, que chegou a esta vencendo a partida, também não parecem suspeitos (veja o vídeo abaixo com os gols e melhores momentos). O gol da virada aos 40 minutos parece, portanto, ter sido normal, não tendo relação direta com o final do jogo em Campina Grande. De toda forma, não ponho minha mão no fogo! E compreendo perfeitamente a desconfiança do Campinense, que até acho legitima, diante de tudo que aconteceu em 2011. No entanto, não adianta ficar remoendo essa história. A partir de agora, o time e a torcida precisam pensar no próximo jogo contra o Sport (PE), uma partida difícil que decidirá um dos semifinalistas da competição.

Gols e melhores momentos do jogo CRB 2 x 3 Santa Cruz (Copa do Nordeste 2013).

Campinense bate o Feirense e enfrentará o Sport de Recife nas quartas de finais da Copa do Nordeste.

Campinense bateu o Feirense por 1 x 0 no Amigão
( Foto: Magnus Menezes; Jornal da Paraíba)

Na noite dessa última quarta-feira (06, fev.), o Campinense encerrou a sua participação na primeira fase da Copa do Nordeste derrotando o Feirense (BA), no Estádio Amigão (Campina Grande), pelo magro placar de 1 x 0. Tecnicamente o jogo não foi bom! Em um primeiro tempo bastante truncado, com marcação cerrada e poucas oportunidades de gols, o Campinense não demonstrou muita inspiração para furar a postura mais defensiva do Feirense, que terminou como o pior time da primeira fase e da competição, somando apenas 1 ponto nos 6 jogos que disputou. Sem alguns jogadores titulares, poupados pelo técnico Oliveira Canindé, a raposa conseguiu chegar com perigo apenas na casa dos 30 minutos, com uma cabeçada do zagueiro Edvânio. A resposta do Feirense veio nove minutos depois com Sassá, que entrou na área e chutou forte, obrigando o goleiro Panteira a colocar a bola para escanteio.
Na segunda etapa, o Campinense retornou com uma outra postura e passou a sufocar o time baiano desde os primeiros minutos, conseguindo acertar uma bola na trave já aos 4 minutos de jogo. Pouco depois, aos 14 minutos, o juiz sergipano marcou um pênalti duvidoso a favor do time paraibano: afinal, o atacante Zé Paulo, que entrou no intervalo, foi derrubado dentro ou fora da área? Selmir, que não tinha nada com isso, bateu forte a penalidade máxima e marcou o gol da vitória do Campinense. Depois do gol, o jogo perdeu intensidade e poucas oportunidades foram criadas, pois a raposa passou a administrar mais o resultado, que acabou lhe assegurando apenas a segunda colocação no grupo D. Isso porque o Santa Cruz (PE), em um jogo tumultuado e polêmico, conseguiu vencer o CRB (AL) com um gol marcado nos últimos 5 minutos do segundo tempo, conseguindo, assim, terminar com a primeira colocação do grupo.
Com esses resultados, o Campinenese jogará as quartas de finais contra o forte time do Sport (PE), que esse ano disputará a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O primeiro encontro entre as duas equipes acontecerá já na próxima semana, dia 13, no Estádio Amigão, em Campina Grande, exatamente na quarta-feira de cinzas.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Na reestreia de Felipão, Brasil joga mal e perde para Inglaterra.



Nessa quarta-feira, dia 5 de fevereiro, o Brasil enfrentou a Inglaterra no tradicional Estádio de Wembley, em Londres. O amistoso, que marcou a reestreia de Felipão na seleção brasileira, terminou com vitória dos ingleses: 2 tentos a 1 a favor dos súditos da rainha. Mesmo com essa derrota, o Brasil manteve uma ampla vantagem nos confrontos direto com o "English Team" que, nos 24 jogos completados hoje (20 amistosos e 4 válidos pelas Copas do Mundo de 1958, 1962, 1970 e 2002), ganharam apenas a sua quarta partida, que agora soma-se aos 9 empates e 11 derrotas. No entanto, esse amplo retrospecto a favor da seleção canarinho não entrou em campo, não sendo suficiente para garantir um bom resultado, nem tampouco um bom futebol por parte do nosso escrete.
Até o momento do pênalti, marcado equivocadamente pelo juiz português aos 17 minutos do 1° tempo, o jogo manteve-se mais morno e equilibrado, com as duas seleções se estudando e alternado bastante a posse de bola. Nesse período, a única grande chance de gol surgiu com uma cabeçada dos ingleses defendida espetacularmente por Júlio César, que praticou uma grande defesa, mesmo com a jogada tendo sido anulada pelo juiz. Pouco depois da cobrança de pênalti desperdiçada por Ronaldinho Gaúcho, ironicamente homenageado antes da partida pelos 100 jogos completados com a seleção, a Inglaterra abriu o placar com Rooney (melhor jogador inglês na partida, junto com Gerrard), aproveitando rebote da entrada da área entre os dois volantes brasileiros (Paulinho e Ramires), que falharam no lance. A partir desse instante, o time inglês esteve melhor do que o brasileiro, que só conseguiu chegar com perigo a meta do goleiro Hart aos 36 minutos da primeira etapa, em cruzamento de Oscar desperdiçado por Neymar praticamente da pequena área.
O Brasil começou muito bem o segundo tempo da partida, marcando a Inglaterra sob pressão, postura que praticamente não se viu na primeira parte da partida, quando os adversários jogaram muito a vontade diante de uma seleção descompactada que oferecia bastante espaço. No intervalo Felipão promoveu mudanças, trocando L. Fabiano, R. Gaúcho e Ramires, que foram substituídos, respectivamente, por Fred, Lucas e Arouca. Mais compactado e marcando no campo do adversário, o Brasil pressionou a saída de bola dos ingleses, forçando o erro do pouco habilidoso defensor Cahill, permitindo a Lucas roubar a bola e acionar Fred, o matador, que já aos 3 minutos colocou a bola no fundo das redes do bom goleiro inglês. No minuto seguinte, o atacante do Fluminense recebeu uma bola na entrada da área e chutou colocado no anglo direito da meta defendida por Hart, mas a bola explodiu no travessão.
Esse domínio brasileiro manteve-se apenas durante os 10 primeiros minutos da segunda etapa, pois aos poucos o time inglês voltou a dominar o jogo, saindo da marcação com bola no chão e toques de bola rápidos. O resultado foi trágico para o Brasil, que após erro de passe de Arouca, responsável por tocar uma bola na fogueira para o displicente Paulinho, permitiu aos ingleses roubar uma bola nas proximidades da área brasileira. Se aproveitando dessa falha, o experiente Lampard chutou colocado no canto esquerdo, sem chances para o goleiro Júlio César, fazendo 2 a 1 para o "English Team" aos 14 minutos da etapa final. Depois desse gol, os ingleses dominaram amplamente a partida, não permitindo a seleção brasileira, que voltou a jogar muito mal, criar oportunidades claras de balançar as redes.

Lampard comemora o gol da vitória contra o Brasil na estreia de Felipão.

Fazendo um balanço geral, o Brasil jogou muito mal contra a Inglaterra. A seleção não comandou as ações da partida, não reivindicou a bola para si, em suma, não teve domínio e controle sobre o jogo. Nosso time teve muitas dificuldades para sair jogando em vários momentos da partida e a grande maioria dos jogadores não renderam o esperado, individual e coletivamente. R. Gaúcho não foi bem, errou muitos passes, se movimentou pouco e ajudou muito pouco na marcação, deixando de ocupar espaços e compondo mal na formação do time. Em defesa do Gaúcho, pesa o fato dele ter feito apenas a segunda partida na temporada, o que certamente permitirá ao jogador outras chances na seleção. Na mesma proporção em que "isenta" o R. Gaúcho, essa argumentação permite criticar o Felipão, que convocou um jogador nessas condições para um jogo tão importante.
A grande esperança brasileira, Neymar, também não jogou bem. Na seleção, o craque do Santos não consegue repetir aquilo que faz no seu clube jogando no Brasil. Sobretudo nos grandes jogos, quando joga com seleções de tradição, composta por jogadores que atuam em grandes clubes europeus, Neymar parece  ficar inibido e não consegue fugir da marcação dos adversários. Acostumado com o futebol jogado nos campeonatos do Brasil, que oferecem mais espaço para jogar, o craque brasileiro tem muitas dificuldades diante de times mais compactos, que marcam sob pressão, diminuindo ou encurtando o espaço de jogo.  O restante dos jogadores brasileiros fizeram uma partida regular, com exceção de Adriano e, principalmente, Arouca, que não jogaram bem. Sem dúvida, o melhor jogador do Brasil foi o goleiro Júlio César, que retornava a seleção, o que mostra o quanto a Inglaterra foi melhor na partida. Oscar e Fred, que deveria ter recebido mais bolas, pois entrou bem no jogo, também se destacaram positivamente ao longo da peleja.
No pouco tempo que tem até a Copa do Mundo, Felipão terá muito trabalho para montar e acertar o time brasileiro. Muita coisa precisa ser corrigida: a marcação sob pressão (tanto a sua execução quanto a saída), o passe, o jogo coletivo, enfim, o entrosamento. Os ingleses mereceram ganhar, e os números da partida mostram isso, pois nossos adversários mantiveram mais a bola no ataque, acertaram mais passes, desarmaram mais jogadas e jogaram com a bola no pé, propondo o jogo e não esperando para jogar no contra-ataque. O próximo jogo do Brasil será no dia 21 de março contra a tradicional seleção italiana, em Genebra, na Suíça. Mais do que nunca o Brasil precisa começar a jogar bem e vencer, pois o tempo é curto e a Copas das Confederações e do Mundo já estão a bater na nossa porta.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A espera de um milagre: Sousa busca classificação e primeira vitória na Copa do Nordeste



O Sousa (PB) jogará logo mais nesse domingo (03, fev.), ás 16 horas (17 hs. pelo horário de Brasília), contra o tradicional Fortaleza (CE), completando a penúltima rodada da primeira fase da Copa do Nordeste. Com poucas chances de avançar na competição, o dinossauro do sertão receberá o time cearense no Estádio Marizão precisando vencer a partida para ainda poder sonhar com uma vaga na próxima fase. Lanterna com apenas 2 pontos ganhos dos 12 disputados nos 4 primeiros jogos, o Sousa precisa ganhar os dois jogos que lhe restam e ainda torcer por combinações de resultados que envolvam tropeços do Sport (PE) e Confiança (SE), respectivamente, na primeira e segunda posição do grupo B.
Mesmo diante dessa situação difícil, o técnico do time paraibano, Reginaldo Sousa, tem esperanças e acredita que uma vitória amanhã possibilitaria ainda sonhar com a classificação. Para o comandante da equipe alviverde, o time melhorou muito nos dois últimos jogos contra o Confiança, por isso acredita que seus jogadores estarão mais confiantes para enfrentar o Fortaleza. Para essa partida o técnico deverá manter o mesmo time que empatou na última rodada: Marcelo Silva; Toty, Uilton, Lima, Alisson e Jailton; Daniel Pitbull, Alisson Costa e Márcio Tarrafas; Jessuí e Ila. Com esse time, o Sousa, que participa da Copa do Nordeste pela primeira vez, tentará ganhar a sua primeira partida na competição.

Primeiro confronto no Ceará: 3 x 0 para o Fortaleza
(Foto: Kid Júnior/ Agência Diário).

O leão da capital cearense, por sua vez, ocupa a terceira colocação do grupo e precisa vencer para continuar sonhado com a próxima fase da competição. Para isso, o técnico do time cearense, José Luiz Mauro, o Vica, promoveu mudanças na equipe, em setores como a zaga e o meio campo. Com isso, provavelmente, o time que enfrentará o Sousa será formado por: João Carlos; Rafinha, Gabriel, Ronaldo Angelim e Marinho Donizete; Lucas, Esley, Jackson e Alex Maranhão; Assisinho e Jaílson. Além das dificuldades advindas do próprio jogo, o forte calor do sertão paraibano deverá dificultar ainda mais a tarefa  do tricolor cearense, que precisará de muita determinação para vencer todas essas adversidades.
Considerando todas as partidas disputas pelos dois times, esse será apenas o segundo jogo entre as duas equipes, que nunca haviam se enfrentado antes de se cruzarem nessa competição. No primeiro jogo, realizado no dia 24 de janeiro, no Estádio Presidente Vargas, na capital cearense, o Fortaleza venceu o Sousa por 3 tentos a zero. Amanhã, veremos se o Sousa equilibrará esse confronto, ou se o Fortaleza abrirá uma pequena vantagem no confronto direto com o time paraibano.

Campinense enfrenta o Santa Cruz para garantir a liderança e quebrar tabu histórico.



Nesse sábado (02, fev.), 16 hs. no horário local, 17 hs. em Brasília, o Campinense (PB) enfrentará o Santa Cruz (PE), em jogo válido pela 5° rodada da Copa do Nordeste. A peleja que ocorrerá no Estádio Arruda, em Recife, reunirá os dois melhores times do grupo D: o Campinense é o líder com 10 pontos, já o Santa Cruz é o vice-líder com 9 pontos. Já classificada, com a melhor campanha da primeira fase até o momento, a raposa defenderá, no jogo de logo mais, não apenas a liderança do seu grupo, mas também  o primeiro lugar geral na competição.
No primeiro jogo entre as duas equipes, realizado no último dia 23 de janeiro, no Estádio Amigão (Campina Grande), o Campinense goleou o Santa Cruz, marcando três tentos a zero na cobra-coral pernambucana. O resultado dessa primeira partida tornará o jogo ainda mais disputado, pois os jogadores e a torcida do Santa Cruz desejam se vingar dessa derrota com uma bela vitória, o que possibilitaria aos pernambucanos dar o troco  nos paraibanos e ainda assumir a liderança do grupo. Com todos esses ingredientes envolvidos, a peleja tem tudo para ser uma grande jogo. A expectativa é que o Estádio Arruda esteja lotado, recebendo mais uma vez um bom público na Copa do Nordeste.
Considerando apenas os jogos oficiais, esse será o décimo primeiro encontro entre ambas as equipes. Até o momento o Campinense leva uma pequena desvantagem no confronto direto com o Santa Cruz, pois, nos 10 jogos já realizados, venceu 2, empatou 5 e perdeu 3 partidas. Para equilibrar esses retrospecto, a raposa terá que quebrar um grande tabu, pois o time pernambucano nunca perdeu para o time paraibano jogando em casa. O histórico desses confrontos mostra que nos 6 jogos disputados em Recife, o Santa Cruz venceu 3 e empatou 3 partidas. Esses números mostram o grande desafio que será essa partida para o Campinense, que se sair vencedor desse jogo deverá comemorar muito a vitória, que significará uma quebra de tabu histórica.
No mesmo horário, no Estádio Joia da Princesa, em Feira de Santana, na Bahia, o Feirense (BA) receberá o CRB (AL). Sem chances de se classificar, com apenas 1 ponto, o time baiano é o lanterna do grupo e cumprirá tabela, já o time alagoano, com 3 pontos, tem ainda chances remotas de classificação. Para não ser eliminado já nessa penúltima rodada, o CRB precisará vencer o seu jogo e torcer para o Campinense. Somente essa combinação possibilitaria ao time alagoano disputar uma vaga com o Santa Cruz, em confronto direto na última rodada da primeira fase da Copa do Nordeste.