quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Na reestreia de Felipão, Brasil joga mal e perde para Inglaterra.



Nessa quarta-feira, dia 5 de fevereiro, o Brasil enfrentou a Inglaterra no tradicional Estádio de Wembley, em Londres. O amistoso, que marcou a reestreia de Felipão na seleção brasileira, terminou com vitória dos ingleses: 2 tentos a 1 a favor dos súditos da rainha. Mesmo com essa derrota, o Brasil manteve uma ampla vantagem nos confrontos direto com o "English Team" que, nos 24 jogos completados hoje (20 amistosos e 4 válidos pelas Copas do Mundo de 1958, 1962, 1970 e 2002), ganharam apenas a sua quarta partida, que agora soma-se aos 9 empates e 11 derrotas. No entanto, esse amplo retrospecto a favor da seleção canarinho não entrou em campo, não sendo suficiente para garantir um bom resultado, nem tampouco um bom futebol por parte do nosso escrete.
Até o momento do pênalti, marcado equivocadamente pelo juiz português aos 17 minutos do 1° tempo, o jogo manteve-se mais morno e equilibrado, com as duas seleções se estudando e alternado bastante a posse de bola. Nesse período, a única grande chance de gol surgiu com uma cabeçada dos ingleses defendida espetacularmente por Júlio César, que praticou uma grande defesa, mesmo com a jogada tendo sido anulada pelo juiz. Pouco depois da cobrança de pênalti desperdiçada por Ronaldinho Gaúcho, ironicamente homenageado antes da partida pelos 100 jogos completados com a seleção, a Inglaterra abriu o placar com Rooney (melhor jogador inglês na partida, junto com Gerrard), aproveitando rebote da entrada da área entre os dois volantes brasileiros (Paulinho e Ramires), que falharam no lance. A partir desse instante, o time inglês esteve melhor do que o brasileiro, que só conseguiu chegar com perigo a meta do goleiro Hart aos 36 minutos da primeira etapa, em cruzamento de Oscar desperdiçado por Neymar praticamente da pequena área.
O Brasil começou muito bem o segundo tempo da partida, marcando a Inglaterra sob pressão, postura que praticamente não se viu na primeira parte da partida, quando os adversários jogaram muito a vontade diante de uma seleção descompactada que oferecia bastante espaço. No intervalo Felipão promoveu mudanças, trocando L. Fabiano, R. Gaúcho e Ramires, que foram substituídos, respectivamente, por Fred, Lucas e Arouca. Mais compactado e marcando no campo do adversário, o Brasil pressionou a saída de bola dos ingleses, forçando o erro do pouco habilidoso defensor Cahill, permitindo a Lucas roubar a bola e acionar Fred, o matador, que já aos 3 minutos colocou a bola no fundo das redes do bom goleiro inglês. No minuto seguinte, o atacante do Fluminense recebeu uma bola na entrada da área e chutou colocado no anglo direito da meta defendida por Hart, mas a bola explodiu no travessão.
Esse domínio brasileiro manteve-se apenas durante os 10 primeiros minutos da segunda etapa, pois aos poucos o time inglês voltou a dominar o jogo, saindo da marcação com bola no chão e toques de bola rápidos. O resultado foi trágico para o Brasil, que após erro de passe de Arouca, responsável por tocar uma bola na fogueira para o displicente Paulinho, permitiu aos ingleses roubar uma bola nas proximidades da área brasileira. Se aproveitando dessa falha, o experiente Lampard chutou colocado no canto esquerdo, sem chances para o goleiro Júlio César, fazendo 2 a 1 para o "English Team" aos 14 minutos da etapa final. Depois desse gol, os ingleses dominaram amplamente a partida, não permitindo a seleção brasileira, que voltou a jogar muito mal, criar oportunidades claras de balançar as redes.

Lampard comemora o gol da vitória contra o Brasil na estreia de Felipão.

Fazendo um balanço geral, o Brasil jogou muito mal contra a Inglaterra. A seleção não comandou as ações da partida, não reivindicou a bola para si, em suma, não teve domínio e controle sobre o jogo. Nosso time teve muitas dificuldades para sair jogando em vários momentos da partida e a grande maioria dos jogadores não renderam o esperado, individual e coletivamente. R. Gaúcho não foi bem, errou muitos passes, se movimentou pouco e ajudou muito pouco na marcação, deixando de ocupar espaços e compondo mal na formação do time. Em defesa do Gaúcho, pesa o fato dele ter feito apenas a segunda partida na temporada, o que certamente permitirá ao jogador outras chances na seleção. Na mesma proporção em que "isenta" o R. Gaúcho, essa argumentação permite criticar o Felipão, que convocou um jogador nessas condições para um jogo tão importante.
A grande esperança brasileira, Neymar, também não jogou bem. Na seleção, o craque do Santos não consegue repetir aquilo que faz no seu clube jogando no Brasil. Sobretudo nos grandes jogos, quando joga com seleções de tradição, composta por jogadores que atuam em grandes clubes europeus, Neymar parece  ficar inibido e não consegue fugir da marcação dos adversários. Acostumado com o futebol jogado nos campeonatos do Brasil, que oferecem mais espaço para jogar, o craque brasileiro tem muitas dificuldades diante de times mais compactos, que marcam sob pressão, diminuindo ou encurtando o espaço de jogo.  O restante dos jogadores brasileiros fizeram uma partida regular, com exceção de Adriano e, principalmente, Arouca, que não jogaram bem. Sem dúvida, o melhor jogador do Brasil foi o goleiro Júlio César, que retornava a seleção, o que mostra o quanto a Inglaterra foi melhor na partida. Oscar e Fred, que deveria ter recebido mais bolas, pois entrou bem no jogo, também se destacaram positivamente ao longo da peleja.
No pouco tempo que tem até a Copa do Mundo, Felipão terá muito trabalho para montar e acertar o time brasileiro. Muita coisa precisa ser corrigida: a marcação sob pressão (tanto a sua execução quanto a saída), o passe, o jogo coletivo, enfim, o entrosamento. Os ingleses mereceram ganhar, e os números da partida mostram isso, pois nossos adversários mantiveram mais a bola no ataque, acertaram mais passes, desarmaram mais jogadas e jogaram com a bola no pé, propondo o jogo e não esperando para jogar no contra-ataque. O próximo jogo do Brasil será no dia 21 de março contra a tradicional seleção italiana, em Genebra, na Suíça. Mais do que nunca o Brasil precisa começar a jogar bem e vencer, pois o tempo é curto e a Copas das Confederações e do Mundo já estão a bater na nossa porta.

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