sábado, 16 de fevereiro de 2013

Na toca do Leão, Raposa consegue classificação inédita, fazendo Leão rugir mansinho no Recife.

Jogadores comemoram gol que garantiu classificação histórica para o Campinense
(Foto: Antônio Carneiro/ Pernambuco Press)

O Campinense obteve um resultado histórico diante do tradicional Sport nesse sábado (16 fev.), em jogo válido pelas quartas de finais da Copa do Nordeste. A toca do Leão, tomada por 20.000 torcedores pernambucanos, não intimidou a Raposa, que se impôs desde o início da peleja. O primeiro tempo foi praticamente todo dominado pelo time paraibano, que imprimiu o ritmo da partida jogando com a bola no pé, sem dar chutão, mesmo quando tinha que sair da defesa. Sem a bola, o Campinense marcou forte, pressionando seu adversário no campo de defesa, com incrível aplicação e disciplina tática. A postura da Raposa parece ter surpreendido o time pernambucano, que parecia meio atordoado, verdadeiramente descrente, pois esperava um adversário encolhido, jogando no contra-ataque. Impaciente diante da má atuação da sua equipe, a torcida do Sport jogou contra no momento em que começou a vaiar os jogadores do seu próprio time. O meia Hugo e o técnico Vadão, que com essa eliminação pode cair a qualquer momento, foram os principais alvos dos torcedores. O Campinense soube se aproveitar dessa situação jogando de forma madura, com calma e frieza, o que lhe possibilitou transformar o apoio das arquibancadas em pressão para o próprio time da casa. O time paraibano, no entanto, não conseguiu traduzir todo o domínio da primeira etapa em gols. A Raposa era melhor, mas faltava uma presença de área mais efetiva, que confirmasse o seu maior volume de jogo. O Sport, então, foi criando também as suas oportunidades, e em uma cobrança de falta acertou o travessão do goleiro Pantera. Mesmo sem merecer, o rubro-negro pernambucano chegou as redes em uma jogada de contra-ataque, após uma roubada de bola no meio campo. O Campinense não se abateu, nem tampouco se desesperou ou tremeu, continuou jogando de maneira consciente, empatando o jogo com um chute de fora da área de Bismarck.

Gols: Sport 2 x 2 Campinense (Copa do Nordeste 2013).

Na segunda etapa, o rubro-negro paraibano continuou com uma postura agressiva e ofensiva. Nos primeiros 10 minutos criou oportunidades, chegando ao redes em uma jogada bem trabalhada, com toque de bola. O gol foi do atacante Zé Paulo, mas a assistência foi de Bismarck, melhor jogador do time paraibano na partida. Depois da virada, o Sport se lançou desesperadamente ao ataque, o que fez com que o Campinense recuasse e passasse a apostar mais nos contra-ataques. O tempo passava e o desespero tomava conta do time pernambucano que, pressionado pela sua própria torcida, partiu para o abafa, atacando de maneira desorganizada. O juiz da partida, o baiano Jaílson Macedo de Freitas, ainda tentou da uma força ao Leão pernambucano, inventando um pênalti inexistente, marcado pela "imprudência" do jogador paraibano, que deu um carrinho na bola. O empate do dono da casa deu mais emoção ao jogo, tornando os minutos finais eletrizantes e emocionantes. O Sport pressionava, enquanto o Campinense se segurava de todas as maneiras. No final, não deu para o rubro-negro pernambucano! O dia era mesmo de um outro rubro-negro, o rubro-negro paraibano, o primo pobre, que com uma folha de 250 mil reais  conseguiu bater o primo mais abastado, que gasta mais de 1 milhão de reais por mês. O time paraibano está de parabéns! Com essa classificação quebrou um tabu histórico, pois conseguiu classificação inédita e desbancou pela primeira vez o time pernambucano em jogos de mata-mata. É bem verdade que o Campinense continua sem vencer na Ilha do Retiro, mas o empate com gols, jogando melhor, se impondo na toca do Leão, teve o gosto doce da vitória e da vingança sobre as eliminações do passado recente (1999, Nordestão e 2007, Copa do Brasil). Nessa tarde histórica, a Raposa não venceu apenas um jogo, venceu a arrogância de grande parte dos pernambucanos, fazendo o Leão rugir mansinho e fininho dentro dos seus próprios domínios.

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