terça-feira, 5 de março de 2013

Depois de colaborar com os militares, embolsar medalha e roubar energia elétrica do vizinho, Zé das Medalhas foi eleito personalidade do ano em 2012.

Por mais incrível que pareça, o presidente da CBF, José Maria Marin, o popular Zé das Medalhas, foi  eleito personalidade do ano de 2012. O prêmio, oferecido pelo setor da indústria de turismo e viagem, foi entregue na última quarta-feira (27 fev.), em cerimônia realizada em São Paulo. É realmente inacreditável, mas é verdade. Como alguém que colaborou ativamente com o regime militar, surrupiou uma medalha na cerimônia de premiação da Copa São Paulo (2012) e foi flagrado, a poucas semanas, roubando energia elétrica do vizinho, pode receber qualquer tipo de premiação? A situação torna-se ainda mais vergonhosa, porque o prêmio em questão elegeu a personalidade do ano no Brasil. Será que não haveria outra personalidade, moralmente mais integro e honesto, capaz de receber essa agraciação em nosso país? A resposta, todos nós sabemos. Mas essa premiação parece ter contornos, sobretudo, políticos, já que o setor de turismo e viagem está intimamente comprometido com a Copa do Mundo do Brasil, que promete ser altamente lucrativa, não para o povo brasileiro, mas sim para os empresários dedicados a essas atividades. A verdade é que essa premiação surgiu em uma hora estratégica, pois o Zé das Medalhas já começa a ser questionado por diversos setores da sociedade brasileira. Atenta a isso, a CBF logo estampou no seu site essa grande notícia, José Maria Marin: personalidade do ano, numa tentativa desesperada de limpar a imagem de um homem que está mais sujo do que pau de galinheiro.

Zé das Medalhas com a esposa recebendo premiação de personalidade
 do Ano de 2012. A boa notícia é que dessa vez o presidente
 da CBF não precisou embolsar nenhum prêmio.

Ontem, Juca Kfouri, um dos jornalistas que mais lutam pela moralização do futebol brasileiro, divulgou que o movimento de contestação ao presidente da CBF chegou a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Nessa casa, os deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Ramalho da Construção (PSDB) apoiaram, durante uma das sessões, o abaixo-assinado criado por Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, morto durante a Ditadura Militar. Ainda durante a sessão, foi exibido um vídeo mostrando José Maria Marin embolsando uma das medalhas da copinha. Em discurso, o deputado Giannazi lembrou também do apoio prestado pelo presidente da CBF a ditadura, bem como seu envolvimento na morte do jornalista Vladimir Herzog: "O presidente da CBF, que irá representar o Brasil na Copa do Mundo, apoiou o regime militar e, na verdade, ajudou com suas posições políticas, sobretudo através de um pronunciamento feito, aqui, de onde estou falando. Em 1975, ele deu elementos para que o jornalista Vladimir Herzog, diretor de jornalismo da TV Cultura, fosse morto nos porões do DOI-Codi". Sinceramente, já passou da hora de uma intervenção política na CBF. A presidenta Dilma, o MPF e outras autoridades precisam se pronunciar e tomar medidas a favor da moralização do nosso futebol. Não dá mais pra ficar na eterna desculpa de que não se pode fazer nada, porque a CBF é uma entidade privada. É uma entidade privada, mas administra o futebol brasileiro, patrimônio cultural do nosso país, portanto, um bem público. A intervenção, portanto, tem motivos mais do que justo, é mais do que legitima.
No entanto, enquanto isso não ocorre, participe do "movimento Fora Marin". Assine o abaixo-assinado que exige sua saída da CBF clicando no link a seguir: http://www.avaaz.org/po/petition/Jose_Maria_Marin_Fora_da_CPF/?launch. Pelo bem do futebol brasileiro, peço a todos que participem e divulguem. Todos juntos pela moralização do nosso futebol.

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